Em entrevista nesta quarta-feira (25), a ré confessa pela morte dos pais, Suzane von Richthofen, 31, condenada a 39 anos de prisão, admitiu ter planejado por meses, junto com o namorado, Daniel Cravinhos, e o cunhado, Christian, o crime, afirmando ter sido ela e Daniel os principais mentores.
Em entrevistas anteriores, Suzane havia apontado os irmãos Cravinhos como idealizadores da morte dos seus pais - O Ministério Público acreditava que ela era a mentora do crime. Ela se diz arrependida de ter conhecido o então namorado e o cunhado: "Se eu não tivesse conhecido os Cravinhos, minha vida seria muito diferente. Mas não culpo apenas eles; onde um não quer, dois não fazem".
Entrevistada por Augusto Liberato para o "Programa do Gugu", da "TV Record", Suzane contou que dentro do sistema prisional há pessoas que não toleram o crime cometido contra os pais. E que por isso pediu para permanecer em regime fechado no presídio 1 de Tremembé, a ser transferida para outro presídio, onde poderia cumprir regime semi-fechado, ao qual tem direito e abriu mão.
A Justiça acatou o pedido da presa, que pôde continuar trabalhando na oficina de confecções da Funap e ter direito à remição de pena. Em setembro de 2014, Suzane se casou com Sandra Regina Gomes, condenada a 27 anos de prisão pelo sequestro e morte de um adolescente em Mogi das Cruzes (SP). O relacionamento também é apontado como motivo para o pedido de permanência no regime fechado. A unidade do presídio de Tremembé deve ter uma ala de regime semi-fechado ainda em 2015.
No começo de 2014, Sandra havia se casado com a também famosa Elize Matsunaga, 32, presa pela morte e esquartejamento do marido Marcos Kitano Matsunaga.
Perguntada se teria sido pivô da separação, Suzane disse que Sandrão, como é conhecida Sandra Regina, deveria responder.
Considerada por outras presas e funcionárias do presídio como 'muito atraente', Suzane conta que,há cinco anos, um promotor de Justiça a chamou em seu escritório no MP (Ministério Público) e fez declarações de amor a ela: "Ele disse que conheceu uma menina com a qual sonhava; e na próxima vez, disse que eu era esta menina". Ela conta que o denunciou, e que apenas esteve em contato com o promotor para ser transferida ao presídio de Tremembé.
O promotor foi punido pelo Ministério Público por comportamento inadequado – ele nega o suposto assédio.
Família
Richthofen diz que não vê o irmão Andreas desde 2006, durante o julgamento. Segundo ela, Andreas a visitava quando ainda estava presa em São Paulo, mas que as visitas, um dia, cessaram. "Eu sei que meu irmão sofreu muito, mas como ele passou estes anos, eu não sei. Se eu sofri aqui dentro (no presídio de Tremembé, onde está há sete anos), imagino ele lá fora. Quando ele diz o sobrenome, qualquer um reconhece, e ele terá que carregar isto pra sempre".
De acordo com ela, Andreas não queria se afastar da irmã após a confissão do crime: "Na época, ele me disse: 'Su, eu perdi meu pai, minha mãe. Eu não quero perder minha irmã. Eu te perdoo, e vou ficar com você'", disse ela ao apresentador. E aponta que um dos motivos do afastamento pode ter sido a herança, da qual abriu mão em 2014.
Na entrevista, ela afirmou não ter consciência do valor do dinheiro do qual abriu mão: "Este dinheiro nunca foi meu; era dos meus pais e hoje pertence ao meu irmão", disse. O espólio é avaliado em mais de R$ 3 milhões.
Ainda sobre a família, Suzane diz sentir falta da mãe. "Eu tenho certeza que ela me visitaria aqui, como tantas outras mães fazem aos domingos", contou a Liberato. Segundo ela, o diálogo era aberto com Marísia von Richthofen, que seria uma pessoa carinhosa.
Ao "Programa do Gugu", Suzane contou que foi a própria mãe quem lhe apresentou Daniel Cravinhos, co-autor do crime ao lado do irmão Christian. Na época, Cravinhos era instrutor de aeromodelismo de Andreas. Ela conta, no entanto, que a mãe não aprovava o relacionamento da filha. "Depois que ele começou a passar mais tempo em casa, quando ficamos sérios, ela passou a conhecê-lo, e não gostava dele".
Suzane conta que, na prisão, trabalha em costura para uma empresa que fabrica uniformes para guardas, presidiárias e outros. Para isto, ganha cerca de um salário mínimo: "Eu ganho 700 e poucos reais", afirma. Com este dinheiro, compra alimentos e cosméticos por meio de um fundo dentro da cadeia. Ela ainda contou que pretende estudar administração de empresas e montar uma empresa de tecelagem.