Teatróloga leva espetáculo sobre câncer para escolas

O musical “Sinais”, que trata sobre câncer infantojuvenil, já foi levado a mais de 20 escolas da rede pública e empresas em setembro e a agenda para outubro está repleta de convites.

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A dor de uma família inteira, quando um de seus membros tem câncer. A dor dos menorzinhos, quando a doença abala a casa. Milhares de crianças e adolescentes têm de enfrentar um desafio difícil: o câncer. A diretora de teatro e atriz, Sandra Loiola, está encenando em escolas e empresas o musical "Sinais", que trata sobre câncer infantojuvenil. O espetáculo musical foi encomendado pela Rede Feminina de Combate ao Câncer no Piauí, junto com a Confederação Nacional de Instituições de Apoio e Assistência a entidades de Câncer (Coniacc), e já foi levado a mais de 20 escolas da rede pública e empresas em setembro, e a agenda para outubro está repleta de convites.

A atividade fez parte do Setembro Dourado (movimento de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil), e continuará neste mês. O espetáculo traz o olhar da sensibilidade para o público, permitindo buscar enxergar além dos sinais e sintomas do câncer. "Existe um tabu muito grande de se falar em câncer infantil e as pessoas evitam. Sabemos que tem tido um aumento no número de casos. Com o espetáculo de forma lúdica e artística, enfatizamos e envolvemos as pessoas para observar não apenas os sinais do cuidado com o outro, do câncer infantil, mas de alertar sobre as relações de quem mais amamos", afirma Sandra Loiola.

Destinado para qualquer idade, Sandra desenvolveu atividades de coordenação motora, ritmo, consciência corporal com a técnica da palhaçaria. Num primeiro momento, o espetáculo fala do tumor e dos cânceres mais comuns, e em outro, a leucemia. São duas histórias: uma adolescente que vivencia a questão da leucemia e dos sinais, e a outra de um garotinho que se chama José, onde reflete como ele percebeu a doença através de uma dor de cabeça. A peça alerta para os sintomas  que são confundidos com o de doenças simples, que são recorrentes na infância. "Os pais devem ficar atentos a uma dor de cabeça prolongada, tonturas, manchas no corpo, uma febre, então são sinais que precisamos estar bastante atentos", frisou a teatróloga.

Durante a ação, a Rede Feminina levou médicos, onde enfatizaram com palestras sobre a proposta do espetáculo nos locais visitados. "O espetáculo atingiu um público de todas as idades, as diretoras, os pais, os jovens, as crianças de forma que eles ficaram ficcionados ali, eles se conectaram com a proposta da peça e conversando com elas (crianças), isso despertou para eles o olhar do autocuidado com meu corpo". 

Sendo responsável pela sensibilização do indivíduo,  Sandra ensina que a arte "toca a alma" e tem uma missão de afeto que acalenta a vida. Ela faz um trabalho de integração do teatro como elemento de equilíbrio para enfrentar uma doença tão difícil de forma positiva, o que serve de apoio para os pais. O processo criativo do espetáculo levou 9 meses com o grupo de Teatro Labore, onde foi realizada uma pesquisa com as crianças e familiares que são atendidas pelo Lar de Maria, para produção do texto foi escrito. "Fizemos um laboratório de mais de 6 meses com os atores, onde a maioria nunca fez teatro. Foi tudo pensado para tocar o público", destaca Sandra.

Sandra Loiola falou sobre o projeto à TV Rádio Jornal Meio Norte | Crédito: José Alves Filho

"Quando recebi essa temática, eu sabia que queria passar por um desafio. Precisamos trabalhar a arte de uma maneira que chegue ao público, e posso dizer que esse foi um dos trabalhos mais importantes da minha carreira como atriz e diretora e estou imensamente feliz e todas as pessoas que participaram deste projeto    também estão. Nosso próximo passo é levar a mais Centros Municipais de Educação (Cmeis) e ao Teatro", definiu Sandra. 

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