Técnica em enfermagem que atendeu paciente em chão de UPA faz alerta

“O sistema de saúde está colapsado. Eu faço um apelo a vocês. Evite sair pela sua mãe, pelo seu pai e vizinho. Não temos leitos”, disse.

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“Em oito anos de profissão, eu nunca vi o sistema de saúde como estou presenciando”, disse Poliana Santos, técnica em enfermagem que trabalha no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e na UPA do Promorar, que faz parte da equipe platonista que atendeu a um paciente que veio á óbito no chão da unidade devido a falta de leitos. O caso que chocou a cidade ocorreu na noite desta quinta-feira (19). 

Em um vídeo divulgado à imprensa, a profissional de saúde explica que o homem, identificado apenas por Manoel, deu entrada na UPA com um quadro de parada cardiorrespiratória. “Não tínhamos leito, não tínhamos monitor, não tínhamos ventilador. O que podíamos fazer, foi feito. A gente tá com essa falta de equipamentos não porque não tenha, mas é pela demanda alta. Consequentemente vai faltar, como está faltando. Fizemos mais de seis ciclos de reanimação cardiopulmonar e infelizmente não conseguimos trazer o paciente de volta”, explicou. 

Foto: Reprodução/ WhatsApp

A técnica em enfermagem lamentou o cenário atual da saúde, acarretado pela alta nos casos da Covid-19. Para ela, a situação é traumática. Ela faz um alerta para a população pela gravidade do momento, coma falta de leitos de UTI devido a alta demanda de pacientes na cidade. 

“A gente tá trabalhando assustado, com medo. Na verdade eu queria até fazer um pedido, do fundo do coração. Gente, se poder ficar em casa, fica em casa. Se não foi uma saída essencial, fica em casa. Por mim, que sou profissional de saúde; pelos meus amigos que estão sofrendo, com os pacientes e com a família. É difícil para quem está vivendo e acompanhando. É doloroso. Não vamos esperar chegar dentro da sua casa para você entender que não são números, são vidas. E vidas é sempre o amor de alguém. E a gente perder que a gente gosta dói. O sistema de saúde está colapsado. Eu faço um apelo a vocês. Evite sair pela sua mãe, pelo seu pai e vizinho. Não temos leitos. Nós profissionais da saúde estamos sofrendo. Esse apelo fica na esperança de ser atendido”, completa.  

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