O relatório liberado pela Trend Micro confirma uma preocupação que muitos temiam: a era dos malwares e ameaças pós-PC chegou para ficar.
De acordo com a empresa de segurança, todas as previsões feitas em 2012 (PDF) se realizaram. As ameaças migraram dos PCs para os dispositivos móveis, mídias sociais e até mesmo para o (até então inatingível) Mac OS X. E tudo indica que o sistema Android será o alvo favorito de cibercriminosos. Até o final do ano, a empresa de segurança espera que a taxa de malware para Android atinja a marca de 1 milhão.
O que não chega a ser uma grande surpresa, já que o número de dispositivos Android representa mais da metade da quota de mercado de smartphones e o sistema luta diariamente contra a fragmentação da plataforma - o que ajuda (e muito) em ataques.
Só para se ter uma ideia, no 3º trimestre de 2012, um total de 136 milhões de smartphones foram enviados para o mundo todo, o que deu ao OS do Google uma quota de mercado de 75%, segundo dados da IDC. Além disso, a Trend Micro mostrou em seu relatório que identificou 350 mil ameaças voltadas para Android - um crescimento de 14 para 3 na batalha Android x PC.
Destaque para o dado do relatório que aponta que o OS do Google demorou apenas 3 anos para alcançar o mesmo volume de ameaças que computadores demoraram 14 anos. Fora isso, o estudo aponta que apenas 20% dos dispositivos Android possuem algum tipo de antivírus instalado, um dado preocupante, segundo a Trend Micro.
Outra constatação que o relatório mostra é que o número de ataques contra redes sociais só tende a crescer. Especialistas em segurança continuam incentivando os usuários a evitar compartilhar uma grande quantidade de dados em sites como Facebook, Twitter, Google+ e plataformas sociais similares.
Ameaças que continuam
O ano de 2012 se encerrou com algumas particularidades que tendem a continuar.
A linguagem de programação Java desempenhou papel de destaque no ano passado. O software da Oracle foi constantemente atacado e também se tornou vetor responsável pelo maior ataque feito contra dispositivos Mac. O Governo dos EUA e especialistas em segurança chegaram até a pedir que os usuários desabilitassem o plugin (a não ser que seu uso fosse estritamente necessário).
O relatório mostra ainda que empresas e organizações financeiras sofreram com ataques nos últimos meses. Bancos americanos chegaram a perder cerca de 65 milhões de dólares por fraudes em contas. Os ataques direcionados são feitos com a ajuda dos "filhos do Stuxnet", códigos maliciosos como Flame, Duq e Gauss, segundo a Trend Micro.
Além disso, cibercriminosos estão cada vez mais profissionais, bem como as práticas adotadas por eles para realizar golpes. Kits de exploração como o Blackhole estão se tornando populares - e cada dia mais perigosos. "O Blackhole, sistemas de transferência automática (ATSs) e ransomwares foram todos aperfeiçoados com novos recursos e melhorados de tal forma que deixaria qualquer fornecedor de software comercial orgulhoso", diz o relatório.
Todos esses dados só deixam uma coisa clara: a era de ameaças pós-PC está aqui e esse é apenas o começo.