As cascas de frutas, sobretudo de laranja, e o papel jornal poderiam ser usados na produção de álcool combustível (o etanol). A informação faz parte de um estudo divulgado nesta quinta-feira (18) pela publicação Plant Biotechnology Journal.
Esse tipo de combustível do futuro é mais limpo que o etanol derivado do milho, que, por sua vez, é mais poluente que a gasolina, segundo as pesquisas de Henry Daniell, cientista da Universidade Central da Flórida, nos Estados Unidos.
Para Daniell, com o álcool à base de frutas e papel, seria possível proteger o ar e o ambiente para as próximas gerações. A tecnologia para a produção, desenvolvida com financiamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, utiliza uma combinação de enzimas para transformar as cascas de laranja e outros materiais residuais em açúcar, que é fermentado para sua conversão em etanol.
Esse álcool combustível, segundo de acordo com o artigo, produz menos gases responsáveis pelo efeito estufa que a gasolina ou a energia elétrica. E como os resíduos usados no processo são abundantes, a produção do etanol de frutas e jornal não comprometeria a de alimentos nem provocaria um aumento em seus preços.
Daniell disse que, só no Estado da Flórida, seria possível produzir 200 milhões de galões (525 milhões de litros) de etanol a cada ano a partir de cascas de laranja. O cientista esclarece que, apesar das conclusões do estudo, são necessárias mais pesquisas até o trabalho desenvolvido em laboratório chegar à indústria.
Outros cientistas que fazem pesquisas sobre biocombustíveis disseram que os resultados obtidos por Daniell são promissores.
Mariam Sticklen, professora de ciências da Universidade de Michigan, elogiou o trabalho do colega. Em 2008, a instituição recebeu um prêmio internacional pelo estudo de uma enzima do estômago das vacas que poderia ajudar a transformar a planta do milho em combustível.
- Trata-se de uma grande conquista.