Clássicos dos games ajudam Franca a diminuir casos de dengue em 2013

Releituras de Mario Bros e Street Fighter orientam alunos sobre a doença

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O famoso encanador italiano Mário Bros está de volta às telas dos games, desta vez para uma missão bastante conhecida pelos brasileiros: combater a dengue. Percorrendo cinco fases que incluem destruir os criadoros do mosquito Aedes Aegypit, identificar os sintomas da doença e evitar a dengue hemorrágica, Mário enfrentará muitos recipientes com água parada para exterminar a epidemia.

Esse também é o objetivo da Prefeitura de Franca (SP), que desenvolveu o software e está utilizando nas aulas de informática das escolas públicas da cidade. Somada a outras medidas de prevenção, a iniciativa já apresenta resultados positivos: até esta sexta-feira (12), o município registrou 52 casos confirmados de dengue, número considerado pequeno, levando em consideração que cidades vizinhas, como Ribeirão Preto (SP) e Barretos (SP), têm 3,4 mil e 2,9 mil pessoas infectadas, respectivamente.

Batizado de "Agente Bros", o jogo não é o único criado para conscientizar as crianças sobre os perigos da dengue. O diretor da Vigilância Epidemiológica, José Conrado Neto, diz que outros dois aplicativos são ainda mais disputados pelos estudantes. Em "Street Dengue" - que relembra a versão de "Street Fighter" da década de 1990 -, o avatar do jogador luta contra o Aedes aegypit, já no "Pac Dengue" é preciso percorrer o labirinto "comendo" as larvas e fugindo do mosquito.

"Crianças e adolescentes sempre vão gostar de games. Por isso, pensamos em criar algo atrativo para despertar o interesse dos jovens para o tema. O objetivo é fazer com que os alunos sejam agentes multiplicadores da informação", explica Conrado Neto.

Durante as aulas, os estudantes também recebem orientações dos agentes sobre como evitar os criadouros do mosquito e como proceder ao identificar os primeiros sintomas da doença. "Precisamos inovar para que os menores tenham interesse em ajudar e a aceitação nas escolas está sendo muito grande", afirma o diretor da Vigilância.

Outras ações

Conrado Neto explica que, além dos jogos virtuais, a Vigilância investe em outras ações para chamar a atenção das crianças para o tema. Segundo o diretor, os filhos têm muita influência sobre as decisões dos pais.

"Já fizemos uma cidade virtual para que o avatar do aluno identificasse e eliminasse os criadouros, fizemos gibis com histórias em quadrinho. Estamos sempre presentes nas escolas porque formando a criança, teremos um adulto consciente."

Mas as iniciativas não são voltadas apenas para o público infantil. Em 2012, quando apenas três casos positivos de dengue foram registrados em Franca, os moradores cadastrados previamente pela Vigilância Epidemiológica participavam da promoção "Visita Premiada".

"A pessoa era sorteada e recebia a visita dos agentes. Se a casa dela e os imóveis vizinhos, da esquerda e da direita, não tivessem larvas e ambientes que pudessem servir de criadouros, o prêmio dado a cada uma das famílias era um aparelho de DVD", diz Conrado Neto, que não soube informar quantos equipamentos foram distribuídos ou quanto foi gasto pela Prefeitura com a ação.

Medidas importantes

O médico infectologista Ivo Castelo Branco Coelho, coordenador do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Ceará (UFC) e consultor da Organização Mundial da Saúde (OMS) para assuntos relacionados à dengue, afirma que as ações adotadas em Franca são importantes e contribuem para a diminuição dos casos.

"O controle da doença só acontece quando há um trabalho ininterrupto do governo. Dengue passa por educação e a população precisa colaborar sempre. Medidas que estimulem atitudes corretas, como premiar bons resultados e orientar de forma lúdica, sempre são positivas."

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