Com cara de game, app para tablets em 3D substitui livro didático no Rio

Aplicativo tenta levar para sala de aula experiência de vida dos alunos

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Enquanto as telas sensíveis ao toque e aplicativos parecem ganhar de professores e lousas cobertas de giz o cabo de guerra pela atenção de alunos em sala de aula, uma empresa carioca assumiu que tablets e smartphones fazem parte do material escolar e transformou em negócio a criação de conteúdo para estes aparelhos.

Desde o começo do ano, já são 180 os alunos que estudam com os aplicativos da EvoBooks no Rio de Janeiro. No Amazonas, o recurso é utilizado por professores em aulas à distância em um projeto piloto que atinge mais de 35 mil alunos.

Segundo Felipe Rezende, cofundador e diretor-executivo da EvoBooks, uma espécie de ?editora e estúdio digital?, o negócio central nasceu como uma forma de ensino que utilizasse na sala de aula a experiência de vida dos alunos, permeada pela tecnologia, para facilitar o aprendizado. ?É bom ter interatividade, mas não dá para esquecer que o objetivo é passar um currículo.?

Por isso, os programas possuem a estética dos games, mas o conteúdo didático de matérias como Física, Química, Biologia, História e Geografia. Foram desenvolvidos em 3D e qualidade de imagem em HD para atenderem à exigência de quem está acostumado com jogos e filmes ultrarrealistas, diz Rezende.

Diferentemente da sisudez na forma de comercialização de livros didáticos, o app pode ser baixado como qualquer outros nas lojas da Apple, Google e Microsoft diretamente nos aparelhos dos alunos.

Com 21 profissionais, a equipe da empresa segue a linha muldisciplinar: na mesma mesa se sentam professores, todos com doutorado ou mestrado, ao lado de experts em tecnologia para aliarem conteúdo e bits e bytes.

Sem apostila

O intuito do aplicativo é substituir não só apostilas e livros didáticos, mas também os cadernos dos alunos. Isso porque, por meio do aplicativo, é possível fazer anotações e compartilhá-las com outros usuários.

As aplicações também beneficiam os professores, que podem desenhar aulas com as ferramentas de criação do app e podem acabar com a dobradinha giz e lousa.

?Não é só para o aluno preguiçoso", brinza Rezende. "Os professores também podem salvar os apontamentos em um quadro negro ou resgatar as anotações de uma aula antiga?, diz Felipe Rezende, cofundador e diretor-executivo da EvoBooks.

Além de tentar levar a sala de aula para a era da tecnologia da informação, a EvoBooks também quer surfar na onda das novas ações do ministério da Educação.

A pasta repassou R$ 180 milhões aos Estados para distribuíssem 600 mil tablets para professores e, no último Plano Nacional do Livro Didático, mostrou interesse de que vai comprar livros digitais em 2015.

Por enquanto, a utilização fica restrita a projetos que inovam na forma de ensinar como o Ginásio Experimental de Novas Tecnologias Educacionais (Gente), escola modelo da prefeitura do Rio.

Na instituição, localizada na Rocinha, os alunos, além de ter contato com outros eletrônicos como dispositivos híbridos entre tablets e notebooks e lousas digitais, não são divididos em séries, mas em matrizes curriculares.

No entanto, a EvoBooks, diz Rezende, negocia levar o aplicativo a instituições menos heterodoxas. Para o segundo semestre deste ano, está em negociação a implantação em mais de dez escolas particulares e em duas redes públicas, uma municipal, outra estadual.

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