Kayenne Alves, de 16 anos, moradora de Cuiabá, Mato Grosso, é deficiente visual desde que nasceu. A aluna do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) recebeu da Secretaria da Educação do Estado algo que, segundo ela, a fez avançar nos estudos desde abril: o dispositivo com inteligência artificial chamado Orcam MyEye.
“Nem sempre as pessoas me entendem. Poucos conseguem realmente saber o que é a inclusão. Para mim, ter uma tecnologia que permite ler diferentes livros por transformar as palavras em áudio me trouxe mais confiança, segurança e independência”, disse Kayenne.
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Ele pesa apenas 22 gramas, é do tamanho de um dedo e se conecta a todo tipo de armação de óculos. A tecnologia foi criada em Israel em 2015 e é capaz de transformar textos de livros ou de qualquer superfície, como um cardápio, em voz alta e sem necessitar de conexão à internet.
Basta apontar o dedo onde quer que se faça a leitura. O sensor óptico captura a imagem e através da inteligência artificial converte as informações instantaneamente em áudio por meio de um pequeno alto-falante localizado acima do ouvido
Além da Kayenne, outros estudantes cegos ou com baixa visão receberam esse tipo de tecnologia em escolas estaduais, municipais e universidades privadas ou públicas entre o ano passado e este ano, como nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Amazonas.
A empresa estima que estudantes e trabalhadores tiveram contato com o dispositivo em 800 cidades. Porém, o número não chega nem perto dos 35,7 milhões de brasileiros com deficiência visual, segundo o último censo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010.
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