Dragas do Poti serão monitoradas com GPS em Teresina,diz SEMAM

Com a medida, espera-se o processo de devastação do rio Poti, que acontece em razão do funcionamento irregular das máquinas ao retirar areia e seixo

Rio Poti | DAYNE DANTAS
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Ao longo do rio Poti, é nítida a ação de dragas que retiram areia e seixo do fundo do rio. Este processo causa grandes impactos ambientais. Contudo, danos graves podem ser evitados se realizado de maneira adequada, nos locais próprios para este tipo de atividade. Para garantir a exploração correta, o gestor da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAM) se reúne com uma equipe de geógrafos e ambientalistas no órgão para discutir a situação das dragas e a nova fiscalização que será feita com GPS.

Agamenon Bastos informa que a reunião de hoje vai discutir um relatório que faz o levantamento da quantidade e a situação das dragas que atuam nesta capital. O relatório vai apontar a localização e a movimentação das dragas no leito do rio. Além disso, vai detectar quais estão em situação irregular e quais as falhas no processo. Será avaliada também a condição das margens onde estas dragas situam-se.

O secretário acrescenta que nas áreas onde há dragas será implantada sinalização para orientar quem passar pelas proximidades, tanto na água como em terra firme. ?Temos uma equipe que está providenciando um levantamento de todas as dragas. Vamos acompanhar por GPS. Qualquer movimentação tem que ser autorizada pela SEMAM?, destaca o gestor, afirmando que a fiscalização vai ser intensa.

Anastácio de Oliveira possui uma ?draga de bico?, como ele define. O minerador afirma que cumpre as especificações e só retira areia e seixo a 30 metros de distância da margem. Ele, que está no negócio há 10 anos, considera que a draga não traz danos ao meio ambiente. ?A draga faz é ajudar o meio ambiente. Faz é limpar o fundo do rio. Onde tem draga, tem água, tem peixe, tem tudo. Onde não tem, dá pra atravessar o rio caminhando?, declara.

Acrescenta ainda que: ?Se não fossem as dragas, essas chuvas fortes iam alagar tudo, porque a água não ia ter espaço pra escoar?, explica. Os ambientalistas contestam estes argumentos e afirmam que, quando não se tomam as precauções necessárias, pode ocorrer deslizamento nas margens, como explica o geógrafo Caio Campelo. ?Muitas vezes as dragas exploram muito perto da margem ou mesmo dentro da área permitida, a escavação vai gerando cratera no fundo do rio, a margem tende a deslizar?, argumenta.

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