O fundador da Megaupload, Kim Schmitz, ou Dotcom, como é conhecido, acusado pelos Estados Unidos de dirigir o maior portal de pirataria na internet, é descrito como um milionário extravagante.
Ele foi preso na quinta-feira (19) ao lado de executivos do site na Nova Zelândia a pedido do FBI. A acusação alega que o Megaupload.com deu aos detentores de direitos autorais mais que US$ 500 milhões em prejuízo por facilitar a pirataria de filmes e outros tipos de conteúdo.
Schmitz, alemão de nascimento e que há um ano tem premissão de residência na Nova Zelândia, onde está preso, é conhecido como Kim Dotcom, Kimble ou Kim Jim Vestor, seus apelidos preferidos.
Com 37 anos, Kim Dotcom é uma das dez pessoas mais ricas da Nova Zelândia, de acordo com a imprensa do país, e considerado um apaixonado por carros de luxo, mulheres e mansões.
Miolionário e colecionador de carros
Pouco propenso a se relacionar com estranhos, Dotcom costumava sair pouco de sua mansão dos arredores de Auckland e quando fazia era com escolta e em algum dos luxuosos automóveis que coleciona, desde um Rolls Royce conversível a um Cadillac de 1950 cor-de-rosa.
Entre os carros que a polícia encontrou estão 16 modelos de carros esportivos da Mercedes-Benz, dois Mini Cooper S 2010, um Maserati GranCabrio 2010, uma Lamborghini LM002 1989, um Cadillac El Dorado 1957, jet-ski e motos Harley Davidson.
O fundador da Megaupload, Megavideo e Megalive, filiais de seu grupo Megaworld com sede em Hong Kong, gosta de se rodear em suas aparições públicas por belas modelos contratadas e jogar golfe nos campos da Nova Zelândia, país que para ele é "um raro paraíso na Terra".
Em 2001, gastou US$ 375 mil na compra de ações do portal de vendas na internet "LetsBuyIt", quando ele se encontrava à beira da quebra. Após anunciar um investimento de US$ 50 milhões, que não fez, o preço das participações subiu e ao vendê-las ele embolsou por elas US$ 1,5 milhão.
Ele foi preso na Tailândia pelo negócio fraudulento, deportado à Alemanha e condenado a 20 meses de prisão e uma multa de 100 mil euros (US$ 129 mil).
Dotcom, que teve sua prisão preventiva decretada por um tribunal de Auckland apesar de sustentar que não tem "nada a esconder", pode enfrentar uma pena de até 55 anos de prisão caso seja deportado aos Estados Unidos e declarado culpado pelos delitos que as autoridades do país lhe acusam.
Para a justiça da Nova Zelândia este não é o primeiro caso de pirataria na internet em grande escala. Em 2008, o país julgou Owen Thor Walker, um jovem hacker que foi acusado de ajudar uma rede delitiva a se infiltrar em 1,3 milhões de computadores em todo o mundo.
Walker, que então tinha 18 anos e sofria a síndrome de Asperger, uma forma leve de autismo, se declarou culpado de desenvolver o vírus com o qual a rede roubou cerca de US$ 20 milhões de contas bancárias, mas o tribunal retirou as acusações e ele foi posto em liberdade.