Um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado em 22 de março pela Universidade de Rutgers (de Nova Jersey) em parceria com a Universidade Estadual de Nova York, mostrou que homens jovens têm preferido jogar videogame a fazer sexo.
Para a pesquisa foram entrevistados, entre os anos 2007 e 2017, cerca de dois mil homens e mulheres em busca das razões para o atual declínio na atividade sexual casual entre jovens.
O estudo mostrou que a principal causa foi a diminuição no consumo de bebida alcoólica, mas, jogar videogame aparecia em segundo lugar, com 25% das respostas, no caso específico dos homens.
Segundo o estudo, entre os jovens de 20 a 24 anos, a proporção dos que afirmam não ter feito sexo casual no último ano aumentou de 11,7% para 15,2%. Quando são levados em consideração apenas homens na faixa etária de 18 a 24 anos, esse aumento pulou de 18,9% para 30,9%.
Entre o público masculino, por volta de 1/4 da queda foi atribuído à prática de jogar videogame. De acordo com os números, inclusive, a possibilidade de um homem que joga videogame diariamente fazer sexo casual é menos da metade em relação a um outro que não joga.
Embora a diminuição do consumo de álcool tenha sido o principal motivo da queda – e isso tanto entre homens, quanto mulheres –, não houve um segundo fator identificado para o público feminino.
O estudo também não encontrou outras evidências que pudessem explicar o declínio na atividade sexual entre os jovens, como situação financeira ou uso excessivo de Internet ou televisão, por exemplo. O fato de ainda morar com os pais, por sua vez, afetou apenas 10% dos entrevistados.
Mudança de hábito
O professor do Instituto de Saúde e Sociedade da Universidade de Newcastle, Simon Forrest, comentou a pesquisa, mencionando mudanças nos hábitos de jovens nos últimos 50 anos. De acordo com ele, a juventude atualmente forma parcerias de longo prazo mais tarde em suas vidas –normalmente, não antes dos 30 anos.
Além disso, já que muitos ainda estão dependentes de sua família – aqui, financeiramente e em matéria de moradia – isso pode, também, afetar o tipo de relação que desenvolvem.
Ele também mencionou um fenômeno que chamou de "pornografização" da sociedade, que consiste basicamente no acesso maior à pornografia online. Isso, supostamente, poderia ter impacto nos relacionamentos.
Segundo o professor, jovens podem estar preocupados em ter seus corpos "objetificados", ou até mesmo em reforçar atitudes negativas contra mulheres. Além disso, teriam menos encontros sexuais porque passam mais tempo assistindo à pornografia.