Jesus de IA: Experimento explora tecnologia e espiritualidade em capela na Suíça

Durante dois meses, visitantes interagiram com um avatar chamado “Jesus IA”, que utilizava o GPT-4 da OpenAI para responder a perguntas sobre fé, moralidade e desafios contemporâneos.

Uma instalação de arte experimental com um Jesus artificialmente inteligente intitulada, montada em um confessionário na Capela de São Pedro, em Lucerna, Suíça | Urs Flueeler/Keystone via AP
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Você confiaria em um Jesus criado por inteligência artificial (IA) para compartilhar pensamentos e questões pessoais? Essa foi a proposta de um experimento realizado na Capela de São Pedro, em Lucerna, Suíça. Durante dois meses, visitantes interagiram com um avatar chamado "Jesus IA", que utilizava o GPT-4 da OpenAI para responder a perguntas sobre fé, moralidade e desafios contemporâneos. A ideia era explorar os limites da confiança humana em tecnologias emergentes e sua integração com a espiritualidade.  

COMO FUNCIONA O JESUS IA?

O "Jesus IA" foi programado para responder a perguntas com base nas Escrituras. Visitantes entravam no confessionário, faziam suas perguntas e recebiam respostas em cerca de 100 idiomas, incluindo inglês, alemão, francês e espanhol. A interação foi conduzida por um avatar gerado pela Heygen, com voz e aparência inspiradas em representações de Jesus.  

REAÇÕES  

Ao longo da exposição, mais de 900 interações foram registradas anonimamente. Segundo o teólogo Marco Schmid, idealizador do projeto, os visitantes levaram a experiência a sério, abordando questões como amor, solidão, guerra, fé e até escândalos na Igreja Católica. Muitos saíram emocionados ou reflexivos.  

Entretanto, o experimento também gerou controvérsias. Alguns críticos o chamaram de "blasfemo" ou "obra do diabo", enquanto outros elogiaram sua capacidade de conectar as pessoas consigo mesmas e com o mundo ao seu redor.  

LIMITES E REFLEXÕES

Embora o projeto tenha sido bem recebido, Schmid destacou que o "Jesus IA" foi concebido como um experimento artístico e não como substituto para confissões ou interações humanas. Ele afirmou que qualquer continuação da iniciativa exigirá maior reflexão sobre os impactos espirituais e éticos da tecnologia.  

O experimento reflete uma tendência global de explorar a IA em contextos religiosos. Enquanto o Vaticano discute os desafios éticos da tecnologia, outras iniciativas, como sermões proferidos por chatbots, já foram realizadas em igrejas na Alemanha.  

O Papa Francisco, em sua mensagem de paz deste ano, defendeu o uso ético da IA e propôs tratados internacionais para regulamentar a tecnologia.  

FUTURO DO JESUS IA

O interesse pelo projeto tem sido grande, com paróquias, professores e pesquisadores considerando novos usos para o "Jesus IA". Schmid, no entanto, enfatiza que o propósito é fomentar discussões sobre a interação entre o digital e o divino, sempre respeitando os limites da espiritualidade autêntica.  

Com informações da AP via g1

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