Um juiz britânico disse nesta sexta-feira (11) que precisa de mais tempo para decidir se o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, deve ser extraditado à Suécia para enfrentar acusações de crimes sexuais, e adiou sua audiência de extradição para o dia 24 de fevereiro.
Assange, um especialista em computação de 39 anos, enfureceu o governo norte-americano ao começar a divulgar milhares de documentos diplomáticos secretos dos Estados Unidos em seu site, e a Suécia pediu a extradição dele para que possa responder a acusações de comportamento sexual impróprio feitas por duas voluntárias do WikiLeaks.
O juiz Howard Riddle se pronunciou depois de três dias de audiência no tribunal de Belmarsh, no sudeste de Londres.
"Inimigo público"
Um advogado de Assange acusou o primeiro-ministro sueco de prejudicar as chances de seu cliente ter um julgamento justo pelos crimes sexuais de que é acusado, ao retratá-lo como o "inimigo público número um".
O advogado de Assange, Geoffrey Robertson, , disse que o premiê Fredrik Reinfeldt havia criado um "ambiente tóxico" ao fazer uma declaração inflamatório sobre Assange e seus advogados.
Robertson disse que os suecos enxergavam Assange como "o inimigo público número 1 por causa da declaração do primeiro-ministro". Assange "tem sido denunciado como um "inimigo do povo", disse.
Os advogados de Assange argumentam que sua transferência à Suécia poderia ser um passo para a extradição aos Estados Unidos, onde eles consideram que seu cliente poderá enfrentar a pena de morte por ter vazado informações secretas.