O poder de espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA é maior do que se imaginava. De acordo com reportagens desta quinta-feira (05) dos jornais The Guardian e The New York Times, a NSA e a agência de inteligência britânica GCHQ são capazes de quebrar a maior parte das criptografias de segurança utilizadas atualmente para proteger dados na internet. Os novos documentos divulgados, vazados pelo ex-assistente técnico da CIA, Edward Snowden, indicam que as agências conseguem informações desde troca de e-mails até transações bancárias.
Para as agências, espionagem vai determinar as futuras superpotências
Uma das formas de quebrar os protocolos de segurança atuais ? como SSL ? é por meio de força bruta, com supercomputadores que fazem ataques contínuos às redes a serem rompidas. Com isso, grande parte do conteúdo da internet, que era considerado seguro se tornou explorável para NSA e GCHQ. Além disso, as reportagens afirmam que em alguns casos as próprias empresas de tecnologia cedem os dados ? e quando isso não ocorre por livre e espontânea vontade, as agências obtêm mandatos judiciais para obrigar as empresas.
Outros métodos que teriam sido usados pela NSA seriam a implantação de backdoors em padrões de criptografia das empresas de tecnologia, para facilitar o acesso quando necessário, e o uso de malwares para interceptar mensagens antes delas serem criptografadas. Ao todo, as estratégias para a quebra de criptografias utilizadas por NSA e GCHQ, que são praticadas há cerca de dez anos, custam anualmente US$ 250 milhões, segundo o The Guardian.
Um dos documentos, de 2007, diz que ?no futuro, as superpotências existirão ou não com base na força de seus programas de criptoanálise. É o preço da entrada dos EUA para manter acesso e uso irrestrito do ciberespaço?. Outro texto, da GCHQ, afirma que ?na última década, a NSA tem feito um esforço agressivo e multifacetado para quebrar tecnologias de criptografia de internet utilizadas. Grandes quantidades de dados de internet criptografados são agora exploráveis?. O The Guardian ainda declarou que algumas informações não foram divulgadas por pedidos das agências.