Óculos inteligentes que auxiliam pessoas com problemas de visão

O que estes óculos fazem, basicamente, é ajustar informações visuais

A impressão é que ainda há muito trabalho a ser feito | Tecnoblog
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É ótimo que dispositivos como o Google Glass surjam para ampliar nossas opções de entretenimento e comunicação, mas o legal mesmo é quando estas invenções ajudam portadores de algum tipo de deficiência: um grupo de pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, está testando óculos inteligentes que darão um pouco mais de autonomia a pessoas com problemas avançados de visão.

O que estes óculos fazem, basicamente, é ajustar informações visuais para que elas possam se enquadrar dentro dos limites que a pessoa consegue enxergar. Como dá para notar, o dispositivo não é capaz de fazer indivíduos totalmente cegos enxergarem; seu papel é o de auxiliar portadores de alguma limitação severa a aproveitar melhor a pouca capacidade visual que possuem.

Uma das pessoas que receberam um protótipo dos óculos é uma senhora de 70 anos chamada Lyn Oliver. Por volta de seus 20 anos, ela foi diagnosticada com retinose pigmentar, uma condição hereditária que causa regeneração progressiva da retina e, consequentemente, faz a pessoa perder a visão à medida que a doença avança.

Embora seus olhos ainda consigam detectar movimentos, a visão de Lyn Oliver é, conforme as suas palavras, ?machada e salpicada?, razão pela qual ela utiliza um cão-guia para andar pelas ruas.

Com os óculos, Oliver não voltou a enxergar como quando jovem, mas pôde identificar pessoas e as formas de objetos, por exemplo, o que a fez vislumbrar a possibilidade de usar o dispositivo para detectar detalhes essenciais à locomoção, como portas, escadas e obstáculos no meio do caminho.

O doutor Stephen Hicks, líder da pesquisa, concorda. O médico cita como exemplo casos de pacientes que puderam visualizar detalhes de rostos, as próprias mãos e até mesmo os cães-guia que tanto lhe ajudam. Trata-se de uma melhora de qualidade de vida expressiva.

O que a pessoa vê, na verdade, é a projeção gerada pelos óculos. O dispositivo é conectado a um laptop que recebe as imagens capturadas e as processa para adequá-las à sua capacidade de visão. Cada paciente precisa receber tratamento individualizado para que os óculos funcionem de acordo com seus parâmetros, portanto.

O próximo passo da pesquisa consiste em fazer testes fora dos laboratórios para avaliar o impacto do dispositivo no cotidiano das pessoas. Cerca de 100 pacientes com problemas diferentes de visão serão selecionados para esta fase no final do ano.

A impressão de que ainda há muito trabalho a ser feito é acertada: além de aperfeiçoar o tratamento de imagens, os pesquisadores querem fazer com que os óculos sejam tão portáteis quanto o Google Glass ? os protótipos atuais são grandalhões e exigem que a pessoa ande com uma mochila nas costas para transportar o laptop responsável pelo processamento.

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