Investigadores da Fraunhofer AICOS e da Escola Superior de Enfermagem do Porto, em Portugal, estão desenvolvendo uma solução tecnológica que, com recurso a sensores vestíveis, visa detectar automaticamente quedas de idosos e, consequentemente, preveni-las, revelou a responsável.
Em declarações à agência Lusa, Joana Silva, investigadora da Fraunhofer AICOS, explicou que o projeto, intitulado FRADE, visa desenvolver um sistema tecnológico para "monitorar o movimento, detectar quedas e avaliar a atividade física de idosos".
"Todos sabem que as quedas são um dos maiores problemas da população idosa no domicílio e em instituições. Por isso, esta solução tecnológica foi uma oportunidade que identificamos nesta área para conseguir conciliar três tecnologias para três propósitos diferentes, mas que se centram muito neste problema", afirmou.
O sistema, que vai ser desenvolvido por investigadores da Associação Fraunhofer Portugal Research e da Escola Superior de Enfermagem do Porto até ao final do ano, integra várias componentes, entre elas, sensores vestíveis ('wearables'), um aplicativo para computadores, outra para 'tablets' e um portal 'online'.
Segundo Joana Silva, os sensores vestíveis, que ainda estão sendo desenhados, mas poderão ter a forma de um "clip", vão permitir "recolher dados e monitorar o movimento" dos idosos e, com base, na atividade física, "delinear uma estimativa do risco de queda".
"O sensor, que ainda estamos desenhando, mas poderá ter, por exemplo, a forma de um clip, permite fazer a avaliação do movimento da pessoa e, através de algoritmos, identificar momentos no qual a pessoa caiu. Sempre que existe a detecção da queda, o sensor comunica com a base de dados e esta envia um alerta para um familiar ou cuidador, por exemplo, através de uma mensagem", explicou a investigadora.
Paralelamente, uma vez "delineado o risco de queda" do idoso, o sistema vai disponibilizar um conjunto de exercícios de prevenção das quedas com base no programa de exercícios Otago, programa de prevenção de quedas "reconhecido mundialmente" pelos profissionais de saúde.
Os dados recolhidos pelo sensor sobre o movimento e atividade física do idoso, podem depois ser consultados pelo cuidador e pelos profissionais de saúde da Escola Superior de Enfermagem do Porto, através do portal que vai ser desenvolvido no projeto.
A solução desenvolvida vai ser testada em setembro com cerca de 25 idosos do Norte do país que, inicialmente, vão receber o sensor vestível, bem como o 'tablet' onde estão disponíveis os exercícios que têm de fazer durante oito semanas.
Num momento inicial, os enfermeiros vão explicar aos utilizadores como usar o aplicativo e periodicamente ao longo dos testes pilotos fazer visitas e acompanhar remotamente os idosos.