A Apple admitiu que armazena os arquivos de voz gerados com o uso das aplicações Siri e Dictation por dois anos. A confissão, feita através da porta-voz Trudy Muller, ocorre após pressão feita pela American Civil Liberties Union, grupo de defesa das liberdades civis que acusa a empresa de Cupertino de não informar corretamente os clientes sobre seus direitos de privacidade.
De acordo com Muller, a Apple só recolhe os clipes de voz do Siri para melhorar o próprio software. Ainda segundo a porta-voz, quando alguém fala usando um dos assistentes de voz da companhia, esses arquivos vão para o banco de dados da Apple para análise. Lá, eles recebem um número de identificação randômico, o mesmo pelo qual o usuário é identificado no sistema.
Trudy Muller explica, porém, que a identificação dos arquivos só dura por seis meses. No ano e meio seguintes, as mensagens de voz ficam guardadas de forma totalmente anônima. ?Se um usuário desliga o Siri, ambas as identificações são imediatamente deletadas junto com todos os arquivos associados?, disse Muller.
Esta é a primeira vez que a Apple se manifesta em relação ao prazo de manutenção dos dados, mas a advogada da American Civil Liberties Union, Nicole Ozer, afirma que a empresa poderia fazer mais. Um exemplo é incluir um link para a política de privacidade do Siri no FAQ da aplicação, e não nas configurações, onde atualmente está.
Até o momento, os termos de uso de ambos os aplicativos, no mercado desde outubro de 2011, não explicam exatamente como sua tecnologia funciona, ou por quanto tempo os dados dos usuários ficam guardados.
O curioso é que, de acordo com o site Financial Times, o Google também guarda os arquivos de voz de seus serviços por dois anos. A companhia, porém, explicita nos termos dos seus produtos, o tempo que os dados ficam armazenados. Além disso, segundo a gigante das buscas, os arquivos são "acessados por máquinas, não por pessoas".