O primeiro aparelho celular foi vendido há exatamente três décadas. Em 13 de março de 1984, o DynaTAC 8000X era digno do apelido de ?tijolão?, com espessura quase 12 vezes maior que de um iPhone 5 e pesando quase um quilo. Mesmo assim, o primeiro telefone móvel foi vendido pela Motorola por um preço absurdo: US$ 3.994 (equivalente a US$ 9 mil, seguindo a correção e inflação desde então).
Em meados dos anos 1980, o termo ?telefone celular? era, na verdade, comum nos EUA, mas se referia a aparelhos usados dentro de carros ? sua bateria pesava bastante e era impossível de ser carregada nas mãos. Nesses termos, o DynaTAC 8000X trazia tecnologia de ponta, o que lhe rendeu a categorização de ?artigo de luxo?.
Na época, as cidades norte-americanas tinham telefones públicos em todo lugar, e ligações feitas neles custavam centavos. Somados aos populares telefones dentro dos carros, que já serviam a uma certa elite, a chegada do primeiro celular "de verdade" no país foi pouco notória, e adquirido por alguém desconhecido entre as cidades de Chicago, Baltimore ou Washington, na região leste do país.
?Os primeiros celulares que fizemos serviram para fins de pesquisa. O DynaTAC não foi projetado inicialmente para ser fabricado e produzido em massa. Além disso, a FCC (órgão equivalente à Anatel nos EUA) começou a provocar todo tipo de problema, de modo que projetar algo que poderíamos comercializar nos tomou 10 anos?, explica o líder da equipe de design da Motorola na época, Rudy Krolopp.
O resultado do esforço foi um aparelho medindo 33 cm de altura, 4,5 cm de largura e 8,9 cm de espessura, pesando 795 g. O aparelho causava estranhamento e impressionava por estar conectado a antenas a quilômetros de distância.
No fim das contas, o DynaTAC 8000X foi o precursor da tecnologia que viria a abolir os telefones celulares de carros, que até os anos 1980 ainda eram dominantes entre as classes mais abastadas dos EUA ? um completo contraste à larga oferta de celulares de baixo custo em todo o mundo 30 anos depois.