No dia das apresentações das empresas na feira Electronic Entertainment Expo (E3), na segunda-feira (10), a Sony usou a vantagem de ser a última a se apresentar e, desse modo, saber o que sua principal concorrente, a Microsoft, tinha apresentado para dar o seu tiro certeiro: o PlayStation 4 custará US$ 400, mais barato do que o Xbox One em US$ 100, e não haverá limitações para o uso de jogos usados.
A notícia da Sony era o que os jogadores queriam ouvir e foi o suficiente para gerar comentários sobre o fracasso da Microsoft nesta E3, ou melhor, desde que a empresa apresentou o seu videogame de nova geração.
O aparelho da Microsoft recebeu comentários negativos desde sua apresentação, em 21 de maio, em relação à impossibilidade de vender ou trocar jogos, uma espécie de ?trava? polêmica que garante à empresa obter um dinheiro que hoje não recebe com os usados.
Além disso, o videogame exige ser conectado por, no mínimo, uma vez em 24 horas para manter a biblioteca de jogos funcionando.
O que a Sony fez foi pegar todos estes comentários negativos dos gamers ao redor do mundo nas redes sociais e em fóruns e atacar a Microsoft diretamente no seu ponto fraco.
Quando Jack Tretton, presidente da Sony Computer Entertainment America, disse, no evento da empresa, que o PlayStation 4 rodará jogos usados sem nenhum bloqueio, que o videogame e seus jogos funcionarão sem a necessidade de conexão on-line e, ainda, que terá o console mais barato, a companhia japonesa conquistou os gamers.
Ficou claro, tanto pela reação do público presente no evento quanto pelos comentários na internet, que o primeiro round pelo melhor videogame da nova geração foi vencido pela Sony.
Mas nem tudo ficou bem para a dona do PlayStation 4. A necessidade de ter que assinar o serviço PlayStation Plus, que custa US$ 50 por ano, para poder jogar partidas on-line dos jogos do console, tal qual acontece no Xbox 360 atualmente e, futuramente, no Xbox One, não agradou.
O mesmo ocorreu com a apresentação do console PlayStation 4: o design estranho fez com que a estreia do videogame - no anúncio do aparelho em 20 de fevereiro ele não apareceu ? fosse morna. Não agradou, fato que ficou evidente quando a Sony mostrou o console e esperou por mais aplausos no evento. Foi um tanto constrangedor. Feio ou bonito, o que interessa aos jogadores é o preço, bem como as funções e, com isso, o PS4 está à frente do rival.
Outro ponto negativo é que durante a demonstração dos jogos ?Assassin?s Creed IV? e ?Destiny?, os games travaram, o que fez parte do público ensaiar uma vaia e questionar se o PlayStation 4 é um videogame confiável.
Diferentemente do aparelho da Sony ? que também parece um videocassete como o Xbox One -, o videogame da Microsoft tem preço no Brasil. Ele chega ao mesmo tempo do que nos Estados Unidos, em novembro de 2013, por R$ 2,2 mil. O preço, embora salgado, é mais baixo do que os R$ 2,5 mil esperados.
Na noite desta terça-feira (11), por volta das 23h (horário de Brasília) a Sony vai realizar um evento em Los Angeles voltado para a América Latina. Espera-se que a companhia anuncie o preço do PlayStation 4 no Brasil. A expectativa é que ele seja vendido por cerca de R$ 2,5 mil. Mas como o aparelho é US$ 100 mais barato do que o concorrente, o preço do PlayStation 4 brasileiro pode ser de R$ 2 mil.
Antes disso, a partir das 14h (horário de Brasília) as portas da E3 se abrem para que as empresas mostrem seus jogos aos visitantes da feira.
As duas companhias apostam em muitos jogos
Em seus eventos, as empresas apostaram pesados em jogos, com uma enorme quantidade de títulos. Há games em desenvolvimento, que chegam até 2014, e aqueles que já estarão prontos para o lançamento dos videogames de nova geração, no fim do ano.
A Microsoft mostrou ?Metal Gear Solid V: The Phantom Pain?, da aclamada série criada por Hideo Kojima, ?Ryse?, um game de guerra que acontece na Roma antiga, no simulador de corrida ?Forza 5?, no game de guerra ?Battlefield 4?, no retorno da clássica franquia ?Killer Instinct? e em ?Titanfall?. Este último um jogo de tiro em primeira pessoa ? em que o jogador acompanha a ação do ponto de vista do personagem ? futurista e que tem personagens ágeis e que podem controlar robôs gigantes.
Já a Sony mostrou games exclusivos como ?Killzone: Shadow Fall?, ?Knack? e ?Driveclub?, que chegam junto com o PlayStation 4. Outros jogos como o inédito ?The Order ? 1886?, dos criadores de ?God of War?, e ?Destiny?, jogo de tiro futurista do estúdio que criou ?Halo?, deram as caras. Este último, no entanto, pareceu não ter tanta inspiração, sugando demais da fonte da franquia de Master Chief. ?Mad Max?, inspirado no filme de Mel Gibson, parece promissor.
A surpresa da Sony ficou com ?Final Fantasy versus XIII?, que mudou de nome para ?Final Fantasy XV?, além de ?Kingdom Hearts III?, jogo de RPG que traz personagens da Disney - dois jogos muito cultuados pelos fãs do gênero. Entretanto, estes dois títulos podem não ser exclusivos do PlayStation 4.
E a Nintendo?
Com o Wii U, a Nintendo carece de novos e bons jogos. E se depender das outras produtoras como Electronic Arts e Ubisoft, o videogame com um controle em forma de tablet não receberá novos jogos.
A EA focou sua apresentação em sua linha de jogos para XOne e PS4. O Wii U sequer foi citado. A linha de esportes da empresa, que reúne ?Fifa 14?, ?Madden 25?, ?UFC? e ?NBA Live 2014? com novo motor gráfico, trazendo visual dos atletas ainda mais próximo do real, não será lançada no videogame da Nintendo. Nem mesmo as versões destes jogos desenvolvidas para Xbox 360 e PlayStation 3. O mesmo se aplica a jogos como ?Need for Speed Rivals? e ?Battlefield 4?.
A Ubisoft foi mais boazinha. O novo game de dança ?Just Dance 2014? terá versão para o Wii U, assim como o jogo de espionagem ?Splinter Cell: Blacklist?. O mesmo não pode ser dito sobre o aguardado ?Watch Dogs? e o inédito RPG on-line massivo ?The Division?.
A Nintendo tem uma última chance nesta terça-feira (11) que é mostrar seus próprios jogos para o Wii U. A empresa fará uma apresentação em vídeo por volta das 11h (horário de Brasília) para mostrar um novo ?Mario Kart?, um novo game em 3D de ?Super Mario?, um novo game de luta ?Super Smash Bros? ? com personagens da empresa ? e ?The Legend of Zelda?.
Todos são títulos que possuem muitos fãs no mundo e que podem ajudar a aumentar as fracas vendas do Wii U. Mas a falta de títulos multiplataforma pode prejudicar a companhia, que, depois das conferências de Sony e Microsoft, pouco tem a oferecer. A não ser que ela mostre um ?superjogo? que possa surpreender.