O Facebook publicou um alerta informando que corrigiu uma brecha no WhatsApp que poderia ser usada para atacar usuários por meio de um arquivo de vídeo (MP4). Segundo a empresa, uma das possíveis consequências do ataque seria a execução de código, o que poderia permitir o roubo de mensagens e fotos do aparelho ou, em casos mais graves, até a instalação de outros aplicativos.
Não há qualquer informação que indique que esta falha foi utilizada em ataques reais. Mesmo assim, recomenda-se atualizar o WhatsApp nas plataformas com suporte para garantir mais segurança no uso do app.
De acordo com o alerta, estas são as versões mínimas do WhatsApp que incluem a correção para a falha: WhatsApp para Android, versão 2.19.274; WhatsApp Business para Android, versão 2.19.104; WhatsApp para iOS e WhatsApp Business para iOS, versão 2.19.100 e WhatsApp Enterprise Client, versão 2.25.3.
O problema também está presente no WhatsApp para Windows Phone, mas esta versão aparentemente não receberá mais atualizações — a versão 2.18.368 é vulnerável. O aplicativo para o sistema de celulares da Microsoft já é considerado descontinuado e deixará de funcionar em 31 de dezembro de 2019.
Para explorar a brecha, um invasor precisaria criar um arquivo MP4 especial e manipular os metadados dos fluxos. "Fluxos" são os elementos que compõem um arquivo de vídeo, como as imagens, as faixas de áudio e a legenda. Os metadados explicitam as características desses fluxos para ajustar a reprodução do vídeo, além de informar o idioma das legendas e da faixa de áudio, por exemplo.
Como o processamento ocorre de maneira incorreta, o WhatsApp pode congelar ou permitir que o hacker assuma o controle do aplicativo. Em outra atualização recente, o WhatsApp corrigiu uma falha na leitura de imagens em formato GIF. Diferente deste problema com MP4, no entanto, apenas a versão para Android era vulnerável.
Em maio, o WhatsApp foi atualizado para eliminar uma falha no recurso de chamadas do aplicativo depois que o problema foi explorado para instalar um software de espionagem nos celulares de algumas poucas pessoas. Essas invasões, que teriam contado com o envolvimento da NSO Group, de Israel, estão em debate em uma ação judicial movida pelo WhatsApp.