“Temos que minimizar os impactos da pandemia”, diz presidente da FWF

A Fundação Wall Ferraz promoverá um amplo debate sobre o mercado de trabalho

Presidente da FWF, Maykon Silva | Divulgação
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A Fundação Wall Ferraz (FWF) promoverá a partir desta quinta-feira (17/02) e estenderá até sexta-feira (18/02), às 8h da manhã, um amplo debate sobre o mercado formal e informal de Teresina, com a participação de gestores e técnicos de várias secretarias municipais, que serão capacitados durante os dois dias, no Centro de Capacitação, do bairro Vermelha. 

Essa iniciativa irá ajudar a identificar os desafios da FWF e definir as ações que deverão ser executadas para superar os problemas existentes, tendo como base, o mapeamento do mercado de trabalho e a demanda por cursos na capital, feito por uma empresa de consultoria. Em entrevista ao Jornal Meio Norte, o presidente da FWF, Maykon Silva, falou sobre essa nova ação de fortalecimento institucional da fundação.

Presidente da FWF, Maykon Silva | foto: Divulgação

JMN – Qual o objetivo do evento?

M.S. - Queremos oferecer uma visão abrangente da população e do mercado de trabalho formal e informal de Teresina. Será uma capacitação voltada para os gestores da FWF e ofertada também, ao público das demais secretarias do município que utilizam estes dados para pensar suas ações e a elaboração de políticas públicas próprias.

JMN – Este é um grande desafio para os gestores públicos nesse momento?

MS – Com a sociedade e eleitores cada vez mais exigentes e impacientes, além das restrições de recursos financeiros, precisamos “fazer mais com menos recursos”. Temos que minimizar os impactos profundos da pandemia no mercado de trabalho, que geram incertezas sobre o futuro. Sem contar  as mudanças aceleradas na sociedade provocadas pela hiper-conectividade, população mais idosa, e as expectativas dos jovens em relação ao trabalho. 

Esses fatores afetam a nossa capacidade de prestar nossos serviços e ao mesmo tempo os tornam mais relevantes para a população teresinense, uma vez que a qualificação profissional contribui para a geração de renda, para o empreendedorismo e para a inserção no mercado de trabalho. 

JMN – É a vez da qualificação profissional?

MS - Teresina já tem mostrado sua força na educação fundamental: em 2019 o município alcançou 7,3 pontos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Ensino Fundamental I na rede pública. Ficamos em primeiro lugar entre os 100 maiores municípios brasileiros. 

Em 10 anos passamos da 51ª posição para a primeira. Nesta década poderemos nos tornar, também, a capital de destaque na qualificação profissional: segundo o IBGE, em Teresina ¼ da população de 14 anos ou mais, frequentavam ou já havia frequentado curso de qualificação profissional no ano de 2019: percentual mais alto que o observado em capitais vizinhas como São Luís (16%) e João Pessoa (20%), e mesmo maior do que a média brasileira. 

JMN – Como combater o desemprego crescente? 

MS - Nosso desemprego está aumentando, sobretudo entre os mais jovens. No segmento de 18 a 24 anos o desemprego chega a 37%, percentual superior à da média brasileira e do estado do Piauí. Esses números  deixam evidentes os desafios que temos pela frente. 

Por outro lado, aumenta a quantidade de pessoas que buscam renda por meio do trabalho “por conta própria”. Entre 2014 e 2019 houve aumento de 30% na população de trabalhadores por “conta própria”, chegando a 27% dos homens e 28% das mulheres. Estas pessoas precisam de qualificação básica nos seus ofícios e também de conhecimentos transversais que as permitam atender aos clientes, precificar e vender seus trabalhos, além do domínio de conhecimentos básicos de redes sociais para poderem negociar seus produtos e serviços no mundo virtual. 

JMN – Debates como este promovido pela FWF, contribuem, de fato, para termos melhores perspectivas para o mercado de trabalho de Teresina?

MS - Nesse cenário nossa responsabilidade é cada vez maior com a população de Teresina como um todo, mas sobretudo com os jovens que chegam ao mercado de trabalho cheios de expectativas. Conhecer nossa realidade com base em dados e evidências é condição básica para possamos nos fortalecer enquanto fundação e secretarias do município para que possamos  agir de forma estratégica, cumprindo nossa missão e nosso propósito.

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