O ano de 2012 deve ser um dos mais quentes da história. Dados da Organização Meteorológica Mundial, da ONU, indicaram que o período entre janeiro e outubro deste ano foi o nono mais quente desde que as medições foram iniciadas, em 1850. As temperaturas se elevaram mesmo com a ocorrência, no início do ano, do fenômeno meteorológico La Niña, que favorece o resfriamento.
Com a dissipação do La Niña, em abril, os termômetros deram um salto. A temperatura entre maio e outubro foi a quarta mais alta já registrada para esse período.
De acordo com o relatório, divulgado ontem durante a COP 18, conferência do clima da ONU que acontece agora em Doha (Qatar), 2012 está sendo marcado por eventos climáticos extremos.
O documento destaca as altas temperaturas na América do Norte, Europa e parte da África, além das secas que castigaram boa parte do globo, inclusive a região Nordeste do Brasil.
O degelo recorde no Ártico também recebeu destaque.
No dia 16 de setembro, a cobertura chegou à menor quantidade já registrada desde que a medição por satélite começou: 3,41 milhões de quilômetros quadrados.
O furacão Sandy, que atingiu o Caribe e a Costa Oeste dos EUA, bem como, mais uma vez, a existência de intensa temporada de tempestades tropicais, também foram destacados pelo grupo.
Os EUA, aliás, caminham para o que deve ser o ano mais quente já registrado. Seu vizinho, o Canadá, deve ter a terceira maior média histórica anual.
De uma maneira geral, a temperatura média no planeta ficou 0,45°C mais quente do que o que a de 1961 a 1990.
"As mudanças climáticas estão acontecendo diante dos nossos olhos e vão continuar a atuar como resultado da concentração dos gases-estufa na atmosfera, que tem aumentado constantemente e vai atingir, mais uma vez, novos recordes", comentou em nota Michel Jarraud, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial.