“Templo de Lúcifer” tem interdição mantida pela Justiça do Rio Grande do Sul

Santuário dedicado a Lúcifer permanece interditado após decisão judicial suspender inauguração, em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Estátua de Lúcifer erguida em Gravataí pesa uma tonelada e custou R$ 35 mil | Mestre Lukas de Bará da Rua/Divulgação
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O santuário dedicado a Lúcifer, localizado em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, permanece interditado após decisão da Justiça que suspendeu sua inauguração. A nova ordem foi emitida na sexta-feira (13) e confirma a sentença de agosto deste ano, gerando mais polêmica na cidade.

AÇÃO JUDICIAL

De acordo com a decisão da 4ª Vara Cível Especializada em Fazenda Pública, o imóvel destinado ao templo deverá permanecer interditado até que a regularização administrativa seja realizada junto aos órgãos públicos competentes. Caso contrário, uma multa diária de R$ 50 mil será aplicada por descumprimento. A ação foi movida pela Prefeitura de Gravataí, que argumenta que o local não possui licença ou alvará para funcionamento religioso, nem registro como CNPJ para associação ou entidade.

REAÇÃO DO FUNDADOR

Mestre Lukas de Bará da Rua, fundador do santuário, afirmou estar surpreso com a decisão judicial. Segundo ele, dois pedidos de alvará foram negados pela prefeitura. "Como vou ter um alvará se a prefeitura não libera? Quando negaram o segundo pedido, disseram que já havia um outro pedido, mas foi cancelado no sistema", comentou.

Ele também afirmou que, caso o impasse continue, poderá abrir o local sem a devida autorização e contestar a multa judicialmente.

REGULARIZAÇÃO

Na ação, os responsáveis pelo templo alegam que o local é utilizado exclusivamente pelos membros da organização religiosa, sem abertura ao público, caracterizando um uso privado e não comercial. A decisão judicial, no entanto, ressalta que templos religiosos não estão imunes ao poder de polícia da Administração Pública e devem cumprir as exigências legais, como qualquer outro estabelecimento de ocupação coletiva.

POLÊMICA ESTÁTUA DE LÚCIFER

A estátua de Lúcifer, que causou grande controvérsia na cidade, foi instalada em agosto. Com 5 metros de altura, incluindo o pedestal, a imagem pesa uma tonelada e custou R$ 35 mil, financiados pelos integrantes da Nova Ordem de Lúcifer na Terra. Mestre Lukas de Bará da Rua revelou que a estátua foi projetada para retratar a dualidade do homem humano e do esqueleto, com pés e asas, simbolizando o espírito da divindade. 

A estátua foi feita de cimento por um ateliê especializado e está projetada para receber uma iluminação especial após a inauguração. Mestre Lukas explicou que a ideia da obra surgiu após um sonho, e o projeto contou com o apoio de um engenheiro.

OBJETIVOS DA ORDEM DE LÚCIFER

A Nova Ordem de Lúcifer na Terra foi fundada por Mestre Lukas e Tata Hélio de Astaroth, com cerca de 100 membros, sendo 80 deles residentes no Rio Grande do Sul. A ordem realiza reuniões bimestrais e grupos de estudo na propriedade onde a estátua foi erguida. A participação é restrita a membros indicados por outros integrantes.

Segundo Mestre Lukas, o principal objetivo da ordem é desmistificar o culto e promover debates sobre a religião, além de realizar rituais para trazer energias ancestrais. Para os membros da ordem, Lúcifer representa "a luz do conhecimento", enfatizando o caráter espiritual da crença.

Algumas críticas apontam que a construção do santuário poderia ter contado com dinheiro público. No entanto, tanto Mestre Lukas quanto a Prefeitura de Gravataí negam qualquer envolvimento de recursos públicos na obra.

Com informações do g1

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