A Prefeitura de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, e o Corpo de Bombeiros informaram na tarde desta quarta-feira (16) que subiu para 94 o número de mortos após a tempestade de terça (15). O Corpo de Bombeiros ainda não sabe o número de desaparecidos. Pelo menos 54 casas foram destruídas pelas chuvas que atingiram a região. São 22 homens, 37 mulheres e 8 crianças cujo o sexo não foi informado. As informações são do Portal g1/RJ.
A Prefeitura decretou estado de calamidade pública e informou que as equipes dos hospitais foram reforçadas para o atendimento de vítimas.
O governador Cláudio Castro cancelou a agenda desta quarta-feira e foi para Petrópolis.
“A situação é quase que de guerra. Vimos carros pendurados em poste. Carro virado de cabeça para baixo. Muita lama e muita água ainda”, descreveu.
O Corpo de Bombeiros ainda não sabe o número de desaparecidos. Pelo menos 54 casas foram destruídas pelas chuvas que atingiram a região e mais de 377 pessoas foram acolhidas em abrigos improvisados.
Segundo Castro, o ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, deve ir à cidade na próxima sexta-feira (18). “Grupos de trabalho já estão vendo o que vai precisar ser reconstruído. Mas nesse momento é salvar as pessoas e limpar a lama, lixo e escombros”, disse.
Castro afirmou que “as sirenes funcionaram perfeitamente”. “Tanto que a tragédia não foi maior porque as sirenes funcionaram.”
O prefeito Rubens Bomtempo decretou luto oficial
“Vivemos um momento de grande tristeza com o número de vítimas fatais que ainda pode aumentar e a quantidade de ocorrências que impactam drasticamente a nossa cidade. Unimos todos os nossos esforços e contamos com o suporte do Estado para o atendimento ágil às vítimas e recuperação da cidade”, destacou o prefeito Rubens Bomtempo.
Mortos (identificados pelas famílias)
Maria Eduarda Carminate de Carvalho (Duda), 17 anos
Tânia Leite Carvalho, 55 anos
Helena, 1 ano e 11 meses
Maria das Graças de Paiva Destro, 73 anos
Rafael Xavier
Yasmin Eliseu Alves
Cecília Lima Fioresi
Paulo César da Silva Seabra
Família morre abraçada
Uma das cenas marcantes da tragédia em Petrópolis foi a de Gizelia de Oliveira Carminate, de 36 anos, usando uma enxada para cavar a lama e tentar encontrar parentes soterrados.
No início da tarde, a agonia se transformou em dor: a moradora de Juiz de Fora (MG) recebeu a confirmação de que a filha, Maria Eduarda Carminate de Carvalho, a Duda, de 17 anos, tinha tido o corpo reconhecido.
"Minha filha era a coisa mais linda que tem no mundo", disse a mãe.
Gizelia contou que Duda foi encontrada no sofá abraçada à madrinha dela, Tânia, e sua neta, a bebezinha Helena, de 1 ano.
Diretora de projeto com 500 crianças
Ela era conhecida na localidade como "Dona Fia", morava ao lado da sede do projeto e, segundo a família, ficou soterrada.
O prédio do projeto ficava no bairro Alto da Serra, na região do Morro da Oficina, onde ocorreu um desmoronamento. A estrutura de quatro andares desapareceu completamente.
Desparecidos
O número total de desaparecidos ainda não foi contabilizado. O Ministério Público do Rio (MPRJ) está fazendo um cadastro de quem não foi encontrado e divulgou a seguinte lista:
Sônia Reis
Mirian Souza Pinheiro da Silva Ferreira
Mariana
Giselaine Moreira dos Santos Conegundes
Matheus Gritz Alves de Souza
Luciana Souza
Andréa Macedo de Almeida Mendonça
Otto Karl Heil Stock
Nilson Pereira Amorim
Christiane Ferraz Blower Stock
Raquel Gritz Junqueira
Sheila Sardinha de Matos Coimbra
Bernardo Pinto de Albuquerque
Lara Souza Assumpção
Amanda Stock
Maria Auxiliadora (?)
Thais Marinho de Oliveira Silveira
Marcel Karl
Raquel Novaes Rocha
Sarah Walsh de Albuquerque
Raquel de Lima Novaes Rocha
Luiz José Faria Ramos
Marcos Cicero da Silta Terra
Marcelo Luiz
Gabriel Vila Real da Rocha
Maria de Fátima Silva
Robson Vinicius da Costa
Fabiano de Assumpção Ribeiro Ferreira
Zaira da Silva Chear
Raquel Dias de Macedo
Nathalia Bessa
Rodolfo Perlingeiro de Jesus
Ana Claudia da Silva Terra
Rita de Cassia Moffatt Perlingeiro
Olga Sorgini Cortesi
A Defesa Civil informou que ainda há previsão de chuva moderada a qualquer momento no município nesta quarta-feira (16) . Em caso de emergência, o telefone 199 está disponível.
Cidade sob lama
Com o dia claro, era possível observar o tamanho da devastação — embora, em muitos locais, fosse difícil distinguir o que era casa, o que era terra ou o que era rua.
Morros vieram abaixo, carregando pedras do tamanho de carros; veículos ficaram empilhados, com a força da correnteza; vias importantes foram bloqueadas, dificultando o acesso aos desabrigados.
O Alto da Serra foi uma das localidades mais devastadas. A prefeitura estima que pelo menos 80 casas foram atingidas pela barreira que caiu no Morro da Oficina.
Forte chuva em Petrópolis causa inundações e deixa dezenas de mortos- Foto: Reprodução
Corpos também foram encontrados no Centro da cidade depois que o nível do rio desceu.
'Muita gente chegando em óbito, cheia de terra, de várias idades', relatou um médico em um pronto-socorro.
A busca por sobreviventes em meio ao soterramento no Morro da Oficina seguiu intensa ao longo da madrugada e contou com a ajuda de moradores e equipes dos Bombeiros, Exército e Defesa Civil.
Agentes das secretarias de Obras, de Serviço, Segurança e Ordem Pública, Saúde, Educação, além da Comdep e CPTrans também atuam no atendimento da população e recuperação da cidade.