A menina de sete anos que foi ferida de raspão no ombro por bala perdida durante tiroteio no último domingo (23) no Complexo do Lins, zona norte do Rio, afirma que está com medo de voltar para casa.
? Tô com medo de ir pra casa. Se eu tivesse uma [outra] casa, eu me mudava de lá. [Tenho medo] de ganhar outro tiro e morrer.
Segundo os moradores, a bala partiu da arma de um policial militar. A criança estava na cozinha da casa dela, na comunidade Cachoeira Grande, no Lins. A mãe da menina, Andreia da Silva, diz que o estrondo causado pelo disparo parecia uma bomba.
? Eu pensei que era uma bomba por causa da fumaça, mas não era. Era uma bala que deram na parede e pegou no ombro dela.
A mãe nega que tenha havido confronto entre PMs e traficantes. Segundo Andreia, uma vizinha viu um PM disparar contra um jovem na porta da casa dela. Para a mãe, essa seria a origem da bala. A Polícia Militar informou que não fazia operação no momento em que a criança foi ferida.
O local onde a menina foi baleada passou por perícia, mas a Polícia Civil ainda não sabe de onde partiu o disparo. O resultado deve sair em 30 dias.
A criança foi atingida por volta das 16h. No Lins, três ônibus foram incendiados. Por meio de nota, a Polícia Militar informou que a base da UPP da comunidade do Gambá foi atingida por um coquetel molotov e pegou fogo. Policiais do Batalhão de Choque e do Méier foram acionados e fizeram uma incursão. Uma viatura foi danificada. Dois homens foram presos na operação e dois policiais, feridos.