Os funcionários terceirizados do Departamento de Trânsito do Piauí (Detran-PI), Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) e Universidade Estadual do Piauí (Uespi) vão paralisar as atividades na próxima segunda-feira (10). O movimento paradista acontece porque os trabalhadores estão há três meses sem receber o salário e sem nenhum sinal do décimo terceiro.
Os tickets também foram suspensos. “Estamos com três meses sem receber salário e vale-alimentação. Vamos para o quarto mês. Tem funcionário que está desesperado, principalmente os que moram de aluguel e tem filho para alimentar. A gente vai na Sefaz e eles dizem que vão pagar tal dia e nada. Falamos com o diretor do Detran e dizem que estão fazendo o possível”, afirma Francisco de Assunção Borges, diretor financeiro do Sindicato dos Terceirizados de Empresas de Asseio do Estado do Piauí (SEEACEP).
Os trabalhadores temem que a situação fique ainda mais lenta com o recesso natalino e os feriados de fevereiro. “O que sabemos é que vão entrar em recesso, então esse pagamento vai para quando? Março? O trabalhador só vai receber depois do Carnaval?”, questiona o sindicalista.
O décimo terceiro também é reivindicação. “Nosso décimo terceiro não foi pago nem a primeira parcela. Também estão atrasados os terceirizados da Sesapi, Uespi, além do Detran. Nossa greve será iniciada na segunda-feira, estamos já com três meses de conversa. Não dá mais. Demos 72h para eles tentarem resolver”, acrescenta Francisco.
O movimento paradista não tem perspectiva de término. “É muita mentira por cima de mentira. Estamos levando no banho-maria. É muita falta de boa vontade. Fizemos denúncia no Ministério Público e no Ministério do Trabalho. O Detran-PI e a Sefaz já foram notificadas. Eles devem pagar pelo menos os dois salários e o décimo. Caso não façam isso, vamos parar nos três órgãos”, alerta o diretor financeiro.
Procurada pela reportagem, nem a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) e nem a direção do Detran-PI foram encontrados para dar esclarecimentos sobre os atrasos salariais. Os atrasos ocorrem desde o mês de outubro.