Teresina apresentou queda nos números de dengue em 2018. Foram 1.412 casos notificados no ano passado, uma queda de mais de metade em comparação ao número de 2017, que foi de 4.248 casos. Estes números são frutos do trabalho da Prefeitura de Teresina, que tem reforçado as ações preventivas na capital.
Segundo dados da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Teresina alcançou em 2018 o número de 11,8 pessoas infectadas por dengue a cada 10 mil habitantes, e nenhum registro de morte pela doença. Segundo a diretora de Vigilância em Saúde da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Amariles Borba, a redução gradual tem acontecido graças à intensificação das ações de combate ao Aedes aegypti e Aedes albopictus, mosquitos transmissores não só da dengue, como da zika e chikungunya. “Temos observado que, após o início da Faxina nos Bairros, em dezembro de 2015, houve uma redução nas notificações”, destaca a diretora.
A Faxina nos Bairros é uma atividade de limpeza e educação em saúde realizada semanalmente em diferentes pontos da cidade, feita em parceria entre a FMS e as Superintendências de Desenvolvimento Urbano (SDUs). Todos os sábados, as equipes recolhem o lixo das residências que não são recolhidos na limpeza de rotina, como móveis, eletrodomésticos de grande porte e entulhos em geral. Desta forma, evita-se que este material possa se tornar foco para proliferação dos mosquitos.
Além destas ações, a Gerência de Zoonoses da FMS também monitora regularmente mais de 1.200 Pontos Estratégicos (PE), que inclui lugares como borracharias, sucatas, hortas comunitárias, cemitérios e imóveis abandonados. “O recolhimento dos ovos desses PE resulta na eliminação de uma situação de risco em que esses ovos venham a se transformar em larvas e também em adultos”. O monitoramento é feito com o uso de armadilhas chamadas ovitrampas e na aplicação do inseticida UBV costal.
Um outro serviço prestado pela gerência de Zoonoses é o recolhimento de pneus, que ocorre diariamente e é enviado para uma empresa de reciclagem, por meio de convênio com a Prefeitura de Teresina. “A FMS mantém dois caminhões, além dos carros de supervisão dos agentes de endemias, percorrendo diariamente vias, logradouros públicos e cerca de 300 pequenas borracharias cadastradas para recolher este material”, informa Oriana Bezerra,gerente de Zoonoses da FMS.
Aliado à limpeza, existe o trabalho educativo que foi reforçado em 2018 pelas equipes que compõem o Núcleo de Educação em Saúde (NESC) da FMS. Escolas, empresas e entidades foram visitadas e tiveram disponíveis palestras e demonstrações sobre as formas de prevenir a dengue, zika e chikungunya. É feito ainda um trabalho de vigilância epidemiológica, com o monitoramento dos casos suspeitos ou confirmados das doenças, bem como a investigação de eventuais óbitos suspeitos e confirmados.
Amariles Borba chama atenção para o fato de que a dengue, zika, e a chikungunya são doenças infecciosas, de origem viral, transmitidas através da picada dos mosquitos contaminados. “Enquanto o Aedes aegypti dá preferência ao sangue humano para se alimentar, o albopictus se alimenta de qualquer tipo de sangue. Se existe mais alimento disponível eles vão se reproduzir mais também”, lembra.