O secretário de Segurança Pública do Piauí, Chico Lucas, declarou que donos de residências e estabelecimentos comerciais desocupados no Centro de Teresina serão cobrados pela manutenção dos prédios, uma vez que o abandono resulta em problemas de ordem sanitária e de segurança. Um levantamento do Corpo de Bombeiros, divulgado pelo secretário, aponta que 402 imóveis estão negligenciados na região.
Na estreia do “Crime e Castigo”, novo programa matinal de jornalismo policial da TV da Rádio Jornal MN, no ar pelo canal 20.1 e 90.3 FM, o secretário afirmou que a ocupação residencial do Centro é um dos caminhos para diminuir os índices de violência de Teresina e que os proprietários de imóveis precisam coibir a ocupação irregular de pessoas em situação de rua e dependentes químicos.
“Vamos fiscalizar todos os imóveis abandonados, os donos têm responsabilidades sobre eles e eles devem, pelo menos, fechar para não permitir moradores de rua nesses prédios. Chamamos a Pastoral do povo Rua para discutir essa questão também”, contou.
Um levantamento feito pelo Corpo de Bombeiros do Estado do Piauí aponta que a capital possui atualmente 402 pŕedios abandonados apenas na região do Centro. Chico Lucas, que também é especialista em direito imobiliário, acusa um antigo plano diretor como responsável pelo processo de urbanização periférica da capital piauiense, que deixou o Centro de Teresina menos necessário para a população.
“A gente tem que colocar gente para morar no Centro e Caixa Econômica Federal tem que proibir conjuntos em bairros afastados. Se eu fosse prefeito de Teresina, proibiria qualquer construção de conjunto habitacional fora da área urbana, teria que ser dentro das áreas do centro de Teresina para recuperar”, falou o secretário.
No início do processo de zoneamento urbano, plano que divide um determinado espaço (cidade) em zonas territoriais, Teresina foi dividida em zonas comerciais (ZC), zonas residenciais (ZR) e zonas industriais (ZI), no entanto, proibia a multifinalidade de imóveis, proibindo construções de casas e estabelecimentos comerciais em um único ponto. Os efeitos dessa medida ultrapassada ainda refletem na cidade, como incerteza fundiária na região e violência.