As chuvas em Teresina estão ligeiramente acima da média e devem fechar fevereiro acima dos 230 milímetros esperados. Somente nos primeiros dias do mês já choveu o equivalente a 150 milímetros, o que representa uma distribuição irregular das chuvas, fenômeno que vem sendo registrado em várias cidades do país e do mundo.
Em Teresina, equipes da Prefeitura estão atentas e a Defesa Civil municipal está monitorando os pontos críticos para minimizar os danos e prestando assistências às famílias afetadas.
“O que tem acontecido é que as chuvas não estão bem distribuídas”, destaca o professor de Climatologia da Universidade Estadual do Piauí, Werton Costa, explicando que é como se a chuva de um mês chovesse em apenas um dia. “Na chuva do último dia 5 de fevereiro, um dos momentos mais críticos, por exemplo, choveu 83 milímetros em apenas 24 horas, esse é um volume considerado bastante alto”, completou.
Ascom
Esse tipo de fenômeno não se restringe a Teresina. Um relatório recente do Conselho Consultivo Científico das Academias Europeias (EASAC) mostra que o clima se tornou mais volátil e mais extremo nos últimos 36 anos, com os eventos de inundações quadruplicando desde a década de 1980. Um dos casos mais recentes no Brasil está acontecendo em São Paulo nesta semana, em que as ruas da cidade se transformaram em verdadeiros rios.
Na capital, a Defesa Civil registrou 56 áreas de risco em toda a cidade e desenvolve um trabalho preventivo de monitoramento constante destas regiões mais críticas. Além disso, todas as SDUs realizam serviços para evitar possíveis transtornos em decorrência das chuvas intensas.
Na zona Leste da cidade, uma das mais afetadas pelas chuvas, a Superintendência de Desenvolvimento Urbano Leste (SDU-Leste) desenvolve um trabalho voltado para a “Rota das Chuvas”, percorrendo os pontos mais afetados da região e realizando serviços como limpeza e desobstrução de galerias de forma preventiva. O mesmo trabalho também é desenvolvido em outras regiões da cidade, como as zonas Sudeste, Norte e Sul, pelas SDUs de cada área.
Para evitar prejuízos maiores, durante todo o ano, a SDU Centro Norte mantém em dia a manutenção das bombas das estações. Todo o sistema funcionou durante as cheias dos rios que cortam a capital. Só nesta região, são 24 bombas aptas para atuarem nas estações de bombeamento.
Os trabalhos para minimizar problemas deste tipo podem ser reforçados com a ajuda da população, que também deve fazer a sua parte, realizando o descarte correto do lixo. “É fundamental o descarte correto do lixo, sobretudo nesta época do ano em que uma ação errada de depositar lixos em qualquer lugar pode ocasionar o entupimento de galerias e alagar inúmeras vias”, alertou o superintendente de Desenvolvimento Urbano Leste, João Pádua.