O secretário de Estado da Saúde, Francisco Costa, participou, na segunda (8), do lançamento do Programa Reconstruindo Vidas e a cartilha do Programa de Cuidado Integral do Paciente Psiquiátrico (PCIPP), no plenário do Tribunal de Justiça. Na ocasião, ele falou sobre a abertura de duas novas residências terapêuticas para Teresina. Com isso, o Estado passa a contar com sete residências, sendo que cinco são administradas pela Secretaria de Saúde.
“No início de 2015, nos deparamos com a problemática de superlotação do Hospital Areolino de Abreu (HAA) e também uma grande demanda do Hospital Penitenciário Valter Alencar (HPVA). Após um entendimento com a Secretaria de Justiça,Tribunal de Justiça e mediado pelo Ministério Público, percebemos que retirar os pacientes da internação hospitalar seria o melhor caminho. Daí, optamos pela política de ampliar a oferta de vagas através de residências terapêuticas”, explicou Costa.
Atualmente, o Piauí possui cinco residências destinadas a pacientes egressos de hospital psiquiátrico com dois anos ou mais de internação e sem vínculo familiar. Destas, quatro estão localizadas em Teresina - sendo que três delas são de gestão estadual e outra pela Fundação Municipal de Saúde - e uma no município de União.
Com a ampliação, a Secretaria de Saúde vai beneficiar 16 pacientes com transtorno mental oriundos do sistema prisional. “Vamos acolher com mais humanização os pacientes, fortalecendo sua reinserção ao convívio social. O foco maior são os pacientes do HPVA. Isso porque, a proposta é que não tenhamos mais a internação psiquiátrica nesta unidade – já que esse não é o seu papel, no que diz respeito às Políticas de Atenção Psicossocial. Os pacientes que são do sistema prisional e que hoje também são moradores do HAA poderão ser transferidos para as residências”, declarou o secretário.
Os pacientes que serão transferidos para estas residências já iniciaram o processo de adaptação nos Centros de Atenção Psicossocial(Caps) de Teresina. Antes disso, eles foram avaliados por uma equipe de profissionais em saúde mental, no sistema prisional, composta por psicólogos, médicos psiquiatras, assistentes sociais, enfermeiros e terapeutas ocupacionais. Este é um programa de desinstitucionalização, proposto pelo Ministério da Saúde, que é o retorno de fato desses pacientes ao ambiente comunitário com a visão e missão de humanizar a assistência psiquiátrica.
Além disso, o Governo do Estado pretende descentralizar esse serviço para outras regiões como Parnaíba, Picos, Floriano e Valença.
Residências terapêuticas
Em Teresina, as duas novas residências devem funcionar: uma no bairro Três Andares e outra no São João. Cada uma delas, terá o atendimento a oito pacientes. Atualmente, vinte e uma pessoas já são atendidas nas três unidades que estão localizadas nos bairros Porenquanto e Monte Castelo.
Os serviços ofertados nas residências terapêuticas mostram que esta é uma alternativa exitosa no tratamento psiquiátrico. O grande diferencial é que a residência, por ser uma moradia, é uma casa destinada a pacientes que passaram longa permanência institucionalizada em hospital psiquiátrico.
Quando lá estiverem, os pacientes são inseridos em programas sociais implementados pelo governo, proposto pela rede Sistema Único de Saúde (SUS) e Sistema Único de Assistência Social (SUAS), como os centros de convivência, espaços de cultura e lazer, educação, dentre outros. A permanência deles no Centro de Atenção Psicossocial(CAPS) do bairro vai estar delineada num projeto terapêutico linear.