O aspecto de uma rodoviária é uma das primeiras impressões que marcam a opinião de um visitante. Infelizmente uma das portas de entrada da capital piauiense, o Terminal Rodoviário Governador Lucídio Portela, inaugurado em 1983, não está em condições adequadas para passar boas impressões iniciais a quem chega ao local. Até os teresinenses que usam o serviço e já conhecem a precariedade fazem diversas críticas à estrutura.
Um dos taxistas que trabalham na região, Wilson Rodrigues, avalia que o terminal se encontra em condições extremamente precárias. São vários os pontos de reclamação, entre eles o não funcionamento das escadas rolantes e ausência de elevadores.
Ele destaca que transportar gestantes, deficientes e idosos é uma dificuldade, alegando que a rodoviária não tem preparo para oferecer assistência a estas pessoas com pouca mobilidade.
Acrescenta que sem carrinhos, despachar as bagagens é um problema a mais. "Quando chega um idoso, um deficiente, ou alguém com malas pesadas, é um tormento. Já passei muitos perrengues aqui." Outro ponto crítico é a caixa d"água, que segundo ele, vaza o dia inteiro.
O tal reservatório goteja em vários pontos, empoçando água próximo ao local, transformando-se num foco atrativo ao mosquito da dengue. Somado a esse risco, ele adverte a presença de usuários de drogas e muitos mendigos, sobretudo à noite.
A permissionária de um dos restaurantes, Maria Soares Mota, também se sente desprotegida, sobretudo depois que a polícia saiu de lá há cerca de dois meses.
Quem vem de fora também não tece elogios, os amigos Thaynara Miranda (Palmas-TO) e Ronisson Santos (Boa Vista-RR) vieram de Belém no Pará e aguardavam um amigo sentados em caixas e malas na porta da rodoviária.
A primeira crítica de Thaynara foi com relação a estrutura precária. "Deveriam reformar e ampliar essa rodoviária e colocar lugares para as pessoas sentarem aqui fora." Ronisson acrescenta que para além disso os atendentes dos quiosques deveriam prestar um atendimento melhor. Ele considerou que o comportamento de alguns funcionários das lanchonetes foi muito ríspido.
Teresinenses também fazem críticas. O eletrcista Francisco Lima, que foi pegar uma encomenda de seu filho, que mora em Floriano, revoltou-se com um odor extremamente desagradável, que segundo ele partia das fossas localizadas embaixo das escadas, próximo aos terminais.
Ele se queixou a administração que não tomou nenhuma providência e apenas informou que isso era um problema antigo que estava sendo analisado. Indignado ele afirma que vai procurar a Vigilância Sanitária.
Procurado na Administração, o diretor Edmar Guilherme Oliveira não foi encontrado. As funcionárias não souberam informar o horário exato do seu expediente.
Elas acreditam que ainda não houve tempo hábil para a nova administração fazer os reparos necessários, pois a nova diretoria assumiu há cerca de 08 meses.