A crise mundial de alimentos, especialmente a valoriza??o no pre?o dos
gr?os, acarretou mudan?as e uma grande movimenta??o no mercado de terras em todo o pa?s. A m?dia brasileira de valoriza??o das terras foi de 17% nos ?ltimos doze meses. No Piau?, a valoriza??o m?dia foi de 56%, segundo o levantamento bimestral do Instituto AgraFNP, respons?vel por consultoria em agroneg?cio.
J? a valoriza??o da terra nas ?reas de nova fronteira agr?cola foi quase dez vezes superior ? m?dia do pa?s. No estudo, a regi?o conhecida como ?Mapito?, que inclui os estados do Maranh?o, Piau? e Tocantins, est? entre as que mais atraem investimentos e neg?cios. O pre?o da terra em Uru?u?, sul do Estado, subiu 168% nos doze meses encerrados no bimestre maio/junho para R$ 3,9 mil o hectare. O valor do hectare registrado no bimestre julho/agosto do ano passado foi de apenas R$ 1,45
mil. No Brasil, o pre?o m?dio do hectare foi de R$ 4,28 mil em maio/junho de 2008.
O interesse por terras agricult?veis, de acordo com a analista de Mercado do Instituto, Jacqueline Bierhals, se mant?m devido ? forte demanda por alimentos, a escassez de ?reas agricult?veis no mundo e a alta nos pre?os das commodities continuam dando suporte ? valoriza??o que ter? o
ritmo mantido mais algum tempo. Ela destaca que, no per?odo estudado, entre as terras de cana-de-a?car, as maiores valoriza?es ocorreram
na regi?o Nordeste.
De 10, nove foram na regi?o, com altas de 35% a 56%. ?Isso porque s?o propriedades mais baratas que o Centro-Sul do pa?s?, completou. Outro destaque ainda s?o as ?reas de gr?os, que s?o indexadas em sacas de
soja. O n?mero de sacas utilizadas como ?moeda? por hectare continua aumentando e j? atinge a estratosf?rica marca de 600 sacas/ha, enquanto a m?dia Brasil passou de 200 a 220 sacas/-ha para at? 300 sacas/ha.
De acordo com o Instituto FNP, a corrida para a compra de terras tem sido financiada n?o apenas por quem j? vive no campo, mas principalmente pelo capital estrangeiro. Mesmo com o novo patamar de pre?os, as terras agricult?veis no Brasil ainda s?o mais baratas
em rela??o ao adotado em outros pa?ses e isso deve continuar atraindo o olhar do mercado internacional.
Como a anunciada revis?o na legisla??o que regulamenta a compra de terras por estrangeiros ainda n?o saiu, as compras financiadas por capital estrangeiro seguem de forma mais concentrada no Centro-Oeste e Nordeste brasileiro. ?O movimento de aquecimento, identificado j? faz algum tempo, na procura de terras de grande tamanho localizadas em regi?o de expans?o da fronteira agropecu?ria continua bastante forte, mesmo com os percal?os ambientais?, aponta a analista.
Hoje, um hectare custa em m?dia no Brasil, R$ 4.135. No Sul, onde a m?dia ? a mais alta, sai a R$ 7.737. O Sul do pa?s voltou a ter, no
?ltimo bimestre (mar?o/abril), o maior valor pelo hectare, ultrapassando o Sudeste, que liderava desde o in?cio do ano passado por conta da cana-de-a?car.