O terremoto de magnitude 7,2, que atingiu o oeste do Haiti neste sábado (14), deixou pelo menos 29 pessoas mortas, informaram as autoridades haitianas sem citar números.
O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, lamentou as mortes e disse em nota que já mobilizou recursos do governo para dar apoio às vítimas.
"Meus sentimentos aos parentes das vítimas deste sismo que gerou tantas perdas de vidas humanas e materiais em vários departamentos [equivalente a estados] do país", escreveu Henry.
"Relatórios iniciais dizem que casas foram derrubadas e pessoas podem ter morrido segundo as equipes da defesa civil", disse o serviço de emergências em um comunicado.
O tremor pôde ser sentido também na República Dominicana, Cuba e Jamaica, informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, da sigla em inglês).
Segundo a agência americana, não há mais riscos de tsunami na região. Mais cedo, as autoridades chegaram a emitir um alerta para maremotos, mas ele foi retirado.
O epicentro do terremoto foi identificado a 8 km da cidade de Petit Trou de Nippes (no oeste da ilha), a cerca de 150 km da capital Porto Príncipe, e a uma profundidade de 10 km.
Imagens que circulam em redes sociais mostram prédios, fachadas e marquises caídas em partes do país. Há relatos de destruição em menos duas cidades.
O país ainda tenta se recuperar do terremoto magnitude 7,0 que ocorreu na região da capital há 11 anos, deixando milhares de mortos e vários prédios destruídos.
Tempestade se aproxima
As equipes de resgate devem correr contra o tempo com a aproximação da tempestade tropical Grace que deve tocar a ilha Hispaniola – onde ficam Haiti e República Dominicana – na segunda-feira (16).
A Agência Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA, da sigla em inglês), prevê que a rota da tempestade passe pelo leste da ilha e há alerta de fortes ventos e chuvas para o Haiti.
Crise política e humanitária
O terremoto atinge o Haiti em um momento de forte crise política, que é anterior até mesmo à morte do presidente Jovenel Moïse em julho deste ano.
Moïse dissolveu o Parlamento e governava por decreto há mais de um ano, após o país não conseguir realizar eleições legislativas, e queria promover uma polêmica reforma constitucional.
Após o assassinato do presidente por um grupo de mercenários, um governo interino assumiu o controle do país até a realização de novas eleições.
A nação mais pobre das Américas tem um longo histórico de ditaduras e golpes de Estado.