Uma simples ida ao cinema ou durante um passeio em um ponto turístico de Teresina é suficiente para que o teresinense se depare com contentores de materiais recicláveis e seja incentivado a determinar o destino dos resíduos que produz. O que muitos não imaginam é que naqueles cestos azuis, vermelhos, amarelos e verdes são depositados muito mais do que itens recicláveis, como também toneladas de cidadania e oportunidades para famílias que tiram seu sustento do que é recolhido na coleta seletiva.
Em média, cerca de 60 toneladas de materiais recicláveis são coletadas mensalmente pela Prefeitura de Teresina e destinados para cooperativas de catadores de lixo, como é o caso do Movimento Emaús Trapeiros. A cooperativa assiste 17 famílias que trabalham desenvolvendo um processo de enfardamento e posterior comercialização para empresas que irão realizar a reciclagem desses materiais.
“Possuímos 15 Postos de Entrega Voluntária (PEVs) distribuídos em locais estratégicos de Teresina, para que a população possa participar da destinação correta dos resíduos que produz. O munícipe é responsável por separar itens de papel, plástico, metal e vidro, em casa, e levá-los para um dos PEVs onde possuímos um agente disponível para recebê-los e passar a orientação necessária sobre a correta disposição nos contentores. O poder municipal recolhe esse material e direciona para o Emaús”, afirma Lílian Guimarães, coordenadora de Limpeza Pública da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Semduh).
Outra parceria firmada recentemente pela Prefeitura, por meio da Semduh, foi com a cooperativa Coocamater, formada por catadores de lixo, e que há um mês vem mudando a vida de 30 famílias. Segundo Francisco Pereira, presidente da cooperativa, as melhorias vão desde o espaço físico construído pela Prefeitura, à segurança e garantia de saúde dos trabalhadores, que receberam fardamento e equipamentos de segurança do município, e também a melhoria de renda que chega a triplicar em alguns casos.
"Temos trabalhadores específicos para a triagem, prensa e catadores. Se antes eles estavam expostos a doenças e materiais cortantes, hoje, estão fardados e protegidos. A renda também tem uma mudança significativa, pois todos já trabalhavam como catadores no aterro. Se antes arrecadavam cerca de R$ 400 por mês, alguns conseguem receber R$ 900 ou até mais”, comentou Francisco Pereira, que também ressalta a diferença que a cooperativa faz para o meio ambiente, dando um destino correto para materiais que ainda podem ser aproveitados.
Educação ambiental e Coleta Seletiva
Os teresinenses têm se conscientizado sobre a importância da coleta seletiva e foi constatado um aumento no número de recicláveis recolhidos. As atividades que visavam à separação e coleta de materiais recicláveis tiveram início em 2014, quando foram recolhidas 139,9 toneladas de material. Já em 2017, houve um crescimento de 233,6%, sendo recolhidas 466,75 toneladas de recicláveis. No primeiro semestre de 2018, os resíduos recolhidos já passam de 380 toneladas e prevêem resultados ainda melhores até o fim do ano.
“Trabalhamos para que a população conheça o sistema da coleta seletiva e se interesse ainda mais sobre a destinação desses itens que podem ser reaproveitados. Pensando nisso, a Prefeitura de Teresina desenvolve ações e estratégias para conscientizar a população sobre a importância do correto acondicionamento do lixo e do direcionamento ideal para cada tipo de resíduo. São ações de educação ambiental diárias em escolas públicas e privadas, em bairros de todas as zonas da cidade e em empresas e instituições que solicitem esses serviços", completou a coordenadora.