Os moradores do Residencial Torquato Neto, localizado na zona Sul de Teresina, enfrentam um grave problema de escoamento da água da chuva. Com o período chuvoso, as ruas ficam praticamente intrafegáveis. Alagamentos são “comuns” na região, além da invasão de lama e acúmulo de lixo.
Crédito: José Alves Filho
Em dezembro de 2018, uma mulher morreu após ter sido arrastada por 1.500 metros pela enxurrada. Essa tragédia é sempre lembrada pela população que mora nas áreas de risco. Denis dos Alves, motorista e morador do Torquato Neto, disse que não se sente seguro ao sair de casa. “A gente se sente abandonado porque o local já parece abandonado. As pessoas moram em casas distantes no meio da lama e mato”, disse.
Foi licitada em dezembro de 2019 a obra de drenagem chamada bacia PA31, que vai contemplar a construção de dois tanques de retardo, com a função de reduzir a velocidade da água. Ela deve iniciar no Polo Industrial Sul e vai até o final do Torquato Neto, ou seja, toda a região mais crítica, beneficiando mais de 8.300 famílias.
Os reservatórios vão funcionar como grandes piscinas para conter água e liberá-la através de um fluxo menor, evitando inundações. O tanque do Torquato Neto vai ser usado como área de lazer com urbanização ao redor, com pista de skate, academia popular, espaço de convivência, bicicletário, estacionamento, quiosque e paisagismo, evitando que fique uma área inutilizada durante a maior parte do ano.
Crédito: José Alves Filho
Obra estimada em R$ 63 milhões
Paulo Roberto, superintendente executivo da Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU) Sul, explica sobre o prazo das obras, que já foram suspendidas no primeiro semestre do ano passado. “Talvez ela comece em janeiro, já que a licitação já foi concluída. Nós já estamos com uma proposta na SDU. O processo licitatório chegou e estamos apenas analisando a questão de documentação e preços para em breve soltar a ordem de serviço”, disse.
O valor é de R$ 63 milhões, recursos oriundos do Governo Federal, com contrapartida da Prefeitura de Teresina. Além da lama da chuva que chega até 3 metros de espessura em períodos críticos (com muita chuva), o crescimento de capim que preenche a passagem de carros e motos é outro ponto de reclamação da população. “A gente sempre vai ter esse cuidado de continuar limpando as ruas, os bueiros e sarjetas, retirando areia e mato”, confirmou o superintendente.
Crédito: José Alves Filho
Na região do Portal da Alegria, Paulo Roberto explica que fez muitos gastos com manutenção da pavimentação. “Os residenciais, grande empreendimento do Governo Federal, Minha Casa, Minha Vida, foram entregues para a população sem estrutura básica, sem drenagem, e é algo que a prefeitura está trabalhando”, disse.
“A galeria vai ser a solução da maioria dos problemas enfrentados pelos moradores”, explicou o superintendente. Até a finalização das obras, que podem ter um tempo de dois anos, segundo Paulo Roberto, o trabalho de recuperação dos calçamentos com os contratos de manutenção das vias vai continuar. “As empresas sempre estão ativas no período chuvoso. E já asfaltamos as linhas de ônibus, o que é mais necessário”, disse.