As derrapagens nas leis de trânsito aceleraram as punições ao empresário Thor Batista. Por determinação da Justiça, o filho do bilionário Eike Batista, devolveu ontem pessoalmente ao Detran-RJ a sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH), acompanhado dos seus advogados. A ordem partiu da 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias, que havia dado prazo de cinco dias para que o documento fosse entregue. Thor ficará impedido de dirigir durante um ano.
A juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza acatou o pedido de suspensão da carteira de motorista feito- pela 6ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal do Ministério Público Estadual. A medida, segundo ela, foi necessária para ?garantir a ordem pública preservando-se a incolumidade física de transeuntes e outros condutores?.
Na sua decisão, a magistrada levou em conta o fato de que Thor Batista acumulou onze infrações de trânsito, sendo nove delas por excesso de velocidade, num período de apenas dois anos ? a carteira de habilitação do jovem foi concedida no dia 16 de dezembro de 2009.
Thor responderá por homicídio culposo (sem intenção de matar) pela morte por atropelamento do ciclista Wanderson Pereira dos Santos, 30 anos, na altura de Xerém, na Rodovia Washington Luis, que liga o Rio à Região Serrana. O laudo pericial concluiu que o jovem dirigia a pelo menos 135 quilômetros por hora. Se for condenado, o motorista poderá pegar de 2 a 4 anos de prisão.
A juíza salientou em sua decisão que Thor conduziu seu veículo em desrespeito às regras de trânsito quando atropelou o ciclista. E, mesmo após a morte de Wanderson, Thor cometeu mais uma infração de trânsito, ao dirigir sua Ferrari sem a placa de identificação dianteira. O veículo foi apreendido pelo Detran.
Advogados de Thor, Marcio Thomaz Bastos e Celso Vilardi informaram que, apesar de não terem tido acesso à denúncia do MP, consideram o processo penal um equívoco e afirmam que comprovarão a inocência de seu cliente.
No dia do acidente, Thor dirigia um Mercedes-Benz McLaren quando, segundo a polícia, ultrapassou ônibus pela direita, proibido por lei, e outro carro. Com a força do impacto, Wanderson foi arremessado a 65 metros de distância. A defesa alega que o carro do jovem teria alcançado, no máximo, 104,4 km/h,abaixo da velocidade máxima da via de 110 km/h.