Titanic: Entenda o procedimento de resgate do submarino que desapareceu

Equipe de resgate luta contra o tempo para que tripulação do submarino seja resgatada o mais rápido possível.

Submarino que está desaparecido está com reserva de oxigênio se esgotando a cada hora | Reprodução - Foto: Divulgação
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As buscas pelo submarino Titan, que ainda permanece desaparecido com cerca de cinco pessoas a bordo, continuam, desde o último domingo, 18, quando fazia uma expedição aos destroços do Titanic. A Guarda Costeira dos Estados Unidos, órgão responsável pela investigação e busca, atualizou hoje os dados sobre a operação, e detalhou uma observação preocupante de que os passageiros a bordo do submarino contam apenas com cerca de 40 horas de oxigênio.

A exploração do oceano feita pelo submarino tinha como objetivo poder visitar os destroços do naufrágio do Titanic, afundado em 1912, que estão localizados a cerca de 3,8 mil metros. O submersível intitulado de Titan, da empresa Oceangate, foi projetado para que possa atingir uma profundidade máxima de até 4 mil metros. 

Gerardo Portela, doutor em Gerenciamento de Riscos e Segurança da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explicou em estudo sobre como funciona uma operação de resgate neste grau para esse ocorrido, que segue em uma situação delicada. Os submarinos que desaparecem podem ser localizados a partir de um sonar, funciona como um instrumento que localiza o objeto a partir da emissão de ondas sonoras no oceano.

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“Sonar é navegação e determinação da distância pelo som. O princípio de funcionamento é o seguinte: eu emito um ultrassom ou um infrassom e essa onda sonora, ao encontrar um obstáculo, vai ser refletida de volta para o navio que detém o sonar. De acordo com o tempo de ida e de retorno, é possível saber a distância que aquele obstáculo está. Na água, o som é propagado, mas se ele não encontrar um obstáculo ele não retorna”, explica o doutor.

Estudos feitos sobre as águas oceânicas concluem que quanto mais profundo for o mergulho, maior é a pressão exercida sobre o objeto. O pesquisador da UFRJ explica também que se o submarino ultrapassar a quantidade de profundidade a qual o mesmo foi feito para suportar, existem sérios riscos de que ocorram danos em sua estrutura, que é uma espécie de cápsula capaz de realizar uma exploração de longas horas em águas profundas, mas que depende das condições de capacidade e de resistência específicas de cada modelo.

“É algo parecido com o que a gente diz de algo ser à prova d’água, como um relógio. Ele tem que ter estanqueidade, ou seja, uma vez fechado o locker por onde entram as pessoas, ele tem que resistir àquela pressão extrema sem deixar a água entrar, sem ser danificado. Às vezes, a pressão chega ao ponto de amassar e danificar equipamentos”, relata Portela.

As falhas relacionadas a estrutura a qual Portela se refere, estão associadas a danos, como por exemplo, na entrada de água ou despressurização da cabine. “Você tem que manter uma pressão interna adequada para o ser humano sobreviver, considerando que a pressão que está no exterior, no fundo do mar, é muito superior. Se, de alguma forma, equalizar a pressão, você vai ter danos à vida muito rapidamente”, explica. Caso ocorra de o submarino Titan ser localizado pelas equipes de busca, ele poderá ser sim trazido de volta à superfície em segurança, e com o apoio de equipamentos especializados. 

"Se ele for localizado, pode ser resgatado. O que não é certo é se as pessoas estarão com vida ou não. Lembrando que esse tipo de equipamento é feito para que as pessoas passem algumas horas, para que cumpra-se uma missão, de inspeção, de aventura ou esporte radical, ou de operações offshore, que são relacionadas à indústria de petróleo e gás”, afirma o especialista.

Esses equipamentos especializados são utilizados pela indústria offshore, de petróleo e gás, e que são capazes de acessar locais muito profundos do oceano, chegando a ultrapassar os 4 mil metros considerados como "limite". “Esses equipamentos ROV, remotely operated vehicle, conseguem chegar à cápsula assim como outros equipamentos de resgate”, diz.

[...] Sendo detectado, é possível chegar até ele com outros equipamentos e fazer o resgate da cápsula inteira ou tentar, se a pressão permitir, abri-la e retirar as pessoas de dentro”, explica.

O pesquisador da UFRJ também acrescenta que pode existir também uma possibilidade de que a embarcação ainda esteja flutuando. “Se ele estiver íntegro, sem água dentro, ele pode ser configurado para flutuar. Então, é possível que em uma situação de emergência o operador tenha feito essa ação. Ele teria que ser detectado com um sobrevoo do resgate aéreo marítimo”, conclui.

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