A travesti Andréa Albertini dizia à família que em nenhum momento manteve relações sexuais com o atacante Ronaldo, do Corinthians. Isso, pelo menos, é o que conta a amiga e ex-professora de Andréa, Celia Possar. O atestado de óbito aponta, como causa da morte da travesti, além de toxoplasmose provocada por meningite, HIV. Andréa foi enterrada às 10 horas de hoje, no cemitério Santa Lídia, em Mauá, Grande ABC. Apenas parentes e poucos amigos participaram da cerimÔnia. Durante a madrugada, a mãe, Sônia Maria Albertini, velou sozinha o corpo da filha.
Sônia afirma que, desde pequena, a filha gostava de se vestir de mulher. Por causa disso, diz ela, Andréa apanhou várias vezes na escola. A mãe conta que Andréa planejava viajar para a Europa, no final do ano, para fazer cirurgia de mudança de sexo.
Segundo Sônia, nos últimos dias a filha andava meio deprimida, porque havia brigado com o namorado David Muller. Ela e a filha se falavam pelo menos uma vez por semana. Há cerca de 20 dias, numa dessas ligações, percebeu que Andréa tossia muito. No domingo a situação chegou ao limite. ?Ela estava muito ruim, não se levantava mais para nada. Fui até a casa dela e a trouxe para Mauá?, disse. A travesti morava sozinha em um flat no centro de São Paulo. Foi preciso arrombar a porta do apartamento para tirá-la de lá.
?O que me conforta é que ela viveu feliz. Viveu do jeito que quis, fez o que teve vontade, conheceu muitos lugares, apareceu na mídia, ficou conhecida?, diz a mãe. ?Ela sempre quis ser famosa, mas nunca pensou que isso tinha um lado ruim também?, completou Sônia.