Trem avançou sinal antes de colisão que deixou um morto e 8 feridos

A agência reguladora trabalha com a hipótese de uma combinação de duas ou três causas estejam por trás da colisão.

|
Siga-nos no Seguir MeioNews no Google News

Nesta quarta-feira (27), faz um mês do acidente que envolveu um trem que acabou colidindo com outra composição, na estação de São Cristóvão, em São Paulo, onde vitimou uma pessoa e deixou oito feridas. De acordo com a  Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes (Agetransp), o trem  avançou um sinal vermelho pouco antes da batida ocorrer. O avanço teria acontecido num trecho a aproximadamente 100 metros de distância da estação.

A agência está sendo responsável pela investigação da causa do acidente, que deixou um morto e oito feridos. No entanto, o fato não seria suficiente para motivar sozinho a batida. A agência reguladora trabalha com a hipótese de uma combinação de duas ou três causas estejam por trás da colisão.

O conjunto de possíveis causas abrange falha humana ( erro de alguém) , falha mecânica ( não funcionamento do ATP, sistema que avisa da presença de um obstáculo à frente e que ajuda a parar a composição) e falha de comunicação ( que inclui ações do centro de controle de operações de tráfego, encarregado de informar, por exemplo, sobre a presença de composições na mesma linha).

Fabiano Rocha / Fabiano Rocha

Os dois trens haviam partido da Central do Brasil para Deodoro. Um estava estacionado com passageiros na estação São Cristóvão e aguardava ordem para partir e o fechamento das portas. O outro seguia vazio para Deodoro e acabou colidindo com a parte traseira da primeira composição.

A coleta de dados dos dois trens, que trafegam na mesma linha , foi concluída 23 dias depois do acidente. As principais informações foram colhidas no equipamento que registra eventos das composições, como frenagens, velocidade, e histórico do início da viagem até o momento do impacto.

Espécie de caixa preta dos trens, o dispositivo também é capaz de dizer, por exemplo, se o ATP de bordo das composições estava ligado ou não.O acidente causou a morte do maquinista da SuperVia, Rodrigo da Silva Ribeiro Assumpção, de 40 anos. Agetransp deve analisar ainda as imagens da colisão e o vídeo das câmeras de segurança das cabines dos maquinistas.

Fabiano Rocha / Fabiano Rocha

O objetivo é o de checar o comportamento dos condutores das composições e o funcionamento dos trens, nos momentos que antecederam à batida.

Ainda não há data prevista para a conclusão das investigações, que terá inclusive a elaboração de uma nota técnica. O documento trará a leitura da checagem dos 50 principais itens das composições,que podem estar relacionados ou não com o acidente. Quando isso ocorrer, as conclusões serão levadas para o conselho diretor da agência, que decidirá por uma punição ou não, para a concessionária SuperVia, que tem a concessão do transporte ferroviário de passageiros desde 1998.

Inquérito

A Polícia Civil, que abriu um inquérito para apurar crime de homicídio culposo e lesão corporal culposa,recebeu na última sexta-feira, a lista de funcionários que estavam de plantão no centro de controle de operações de tráfego e o nome do maquinista que sobreviveu ao acidente.

Todos deverão prestar depoimento, na 17ª DP ( São Cristóvão), na próxima quinta-feira. A polícia também pediu acesso às imagens da colisão e ao vídeo das cabines dos maquinistas. Além disto, os investigadores também aguardam o recebimento do relatório do equipamento que registra os eventos das duas composições.

Fabiano Rocha / Fabiano Rocha

Veja Também
Tópicos
SEÇÕES