Pelo menos 180 pessoas morreram após o terremoto de 8,8 graus na escala Richter registrado na madrugada deste sábado, no Chile, informou o canal estatal Televisión Nacional. A presidente Michelle Bachelet declarou "estado de catástrofe" no país.
Um terremoto de 8,8 graus na escala Richter, com epicentro no mar, sacudiu o centro do Chile, a 300 km ao sul da capital Santiago, segundo dados do Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS).
O chefe do ONEMI, Oswaldo Malsandi, disse que o abalo aconteceu às 3h26 pelo horário local (mesmo horário em Brasília) e teve epicentro a 90 km da cidade de Concepción. O número de vítimas mortais e feridos pode aumentar.
O tremor teve epicentro no mar, a 59,4 km de profundidade, na região de Maule, no centro do país, e por isso foi enviando um alerta de tsunami ao chile, Peru e Equador.
Oito dos mortos foram contabilizados em um incêndio na planta química do município de Colima e, segundo o intendente Igor Garafulic, está sendo avaliada o perigo da nuvem tóxica.
Segundo o ministro do Interior, Edmundo Pérez Yoma, 34 das mortes foram registradas na região do Maule, a 300 quilômetros ao sul de Santiago. Ainda ocorreram 13 mortes em Santiago, dez na região de O"Higgins, quatro em Valparaíso e três em Araucania, a 670 quilômetros ao sul de Santiago.
Na região do Bio-Bio, a 500 quilômetros de Santiago, foram confirmadas dez mortes, mas se presume que exista um número maior, segundo o subsecretário do Interior, Patrício Rosende. Até o momento persistem problemas de comunicação, disse o funcionário, que confirmou que o governo declarou estado de catástrofe em todo o território atingido pelo sismo, entre as regiões de Valparaíso e Araucania, que abrange 800 quilômetros do país.
Com relação aos danos materiais, ainda estão sendo avaliados. O aeroporto internacional de Santiago foi fechado devido alguns danos em suas instalações e informou que várias pontes ficaram danificadas.
A luz e o serviço de telecomunicações estão cortadas na região metropolitana e em Valparaíso foram registrados danos internos em edifícios. Os bombeiros correm as ruas de Santiago com megafones dando instruções à população.
Bachelet presidiu nesta manhã a reunião do comitê de Emergência, da qual participaram os ministros de Obras Públicas, Saúde e Defesa, assim como o Exército.
Em Santiago, há um forte movimento de automóveis e muitos cidadãos perambulam pelas ruas. Em alguns lugares, falta água potável. Pelo menos três hospitais na capital desabaram e na cidade de Concepción, cerca de 400 quilômetros ao sul de Santiago, o edifício do governo local desmoronou e pacientes estavam sendo transferidos dos hospitais, segundo rádios chilenas.
Na escala Mercalli, que mede a intensidade, o terremoto alcançou 8 graus na região metropolitana, de 5 a 6 na região de Valparaíso, de 4 a 5 na região dos Lagos e em Coquimbo de 3 a 4.
O movimento sísmico, muito mais poderoso que o mortífero terremoto que devastou o Haiti em janeiro, também causou pânico no popular balneário de Viña del Mar. De manhã, policiais e bombeiros percorriam as ruas em distintas cidades do país para verificar a magnitude dos danos e socorrer vítimas.
"Eu vi os carros caindo e não sabia o que fazer. Estava sozinho aqui", disse Mario Riveros, segurança de uma fábrica em Santiago, parado junto a uma ponte que desabou. "Me deu vontade de chorar", acrescentou.
O terremoto ocorreu poucos dias antes de completar 25 anos do sismo que causou centenas de vítimas e destruiu várias localidades no litoral central do Chile, em 3 de março de 1985.