Mais de 32% dos brasileiros que moram em cidade com mais de 15 mil habitantes já foi vítima de algum crime durante a vida. É o que aponta a Pesquisa Nacional de Vitimização, divulgada nesta quinta-feira (5) pelo Ministério da Justiça, em parceria com o Instituto DataFolha.
O levantamento considerou 12 tipos de crime considerados com menor potencial ofensivo: furto e roubo de automóveis, furto e roubo de motocicletas, furto e roubo de objetos ou bens, sequestro, fraudes, acidentes de trânsito, agressões, ofensas sexuais e discriminação.
Segundo o estudo, 21% dos entrevistados afirmaram ter sido vítima de algum desses crimes nos 12 meses que antecederam ao questionário, aplicado no período de junho de 2010 a maio de 2011 e junho de 2012 a outubro de 2012. Foram entrevistadas 78 mil pessoas em 346 municípios com mais de 15 mil habitantes.
A maior quantidade de vítimas está na região Norte, onde o Amapá lidera o ranking, com 46%, seguido do Pará, com 35,5%. Já a região Sul é a região com menor taxa de vítima dos crimes citados na pesquisa. O Estado de Santa Catarina tem o menor índice, com 17% da população se dizendo vítima de algum dos crimes considerados por pelo menos uma vez nos 12 meses que antecedem à pesquisa.
Subnotificação
A pesquisa revela, no entanto, que apenas 19,9% das vítimas de alguns desses crimes procuraram a polícia para registrar queixa. O estudo estima que 80% dos delitos não entraram nas estatísticas oficias.
Os moradores das regiões Centro-Oeste e Norte são os que mais prestam queixa contra os crimes (25,3% e 24,5%, respectivamente). O Distrito Federal é a unidade da federação onde mais se comunica ocorrências à polícia (cerca de 33% das vítimas), seguido por Roraima (31,3%) e Rondônia (31,2%).
As mais baixas taxas de notificação encontram-se no Nordeste, onde apenas 15,8% das pessoas denunciam crimes sofridos, especialmente nos estados da Paraíba (11%), Bahia (13,7%), Rio Grande do Norte (14,2%) e Pernambuco (14,6%).