Troca: hospital apressa famílias e crianças são destrocadas na rua

Os bebês tiveram que ser trocados sem nenhum apoio do hospital.

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Duas famílias de Nilópolis, na Baixada Fluminense, constataram que os bebês nascidos no dia 28 de maio foram trocados na maternidade do Hospital Estadual Vereador Melchiades Calazans. Após a realização do exame de DNA, os bebês tiveram que ser trocados no meio da rua, sem nenhum apoio da instituição de saúde.

Tainá e Aloísio, pais de Pedro, só perceberam o equívoco do hospital 15 dias após o nascimento, quando viram que o nome na pulseira da criança era da outra mãe. Eles criaram Caio por dois meses, até o resultado do exame e a realização da troca na quarta-feira (29).

Após constatar a troca, as famílias precisam mudar os documentos das crianças, que já têm certidão de nascimento e carteira de identidade.

Tainá afirma que o processo de readaptação ao filho biológico está difícil. — Eu estava muito apegada. Fram dois meses cuidando dele e aí do nada tive que fazer isso. Trocaram meu filho desse jeito, entregaram eles e não conferiram. Eu que fui reparar a pulseira errada estava dentro da bolsa dele.

O receio de Tainá é que a mãe biológica de Caio não consiga se adaptar à nova criança.

— Eu estou tentando me adaptar com o Pedro, porque passamos muito tempo com o Caio. Não tem jeito, eu tô tentando fazer o possível. Ela tem que amar ele, cuidar ele direitinho. Não pode rejeitar porque ele não tem culpa.

Após entrar em contato com a família biológica de Caio e com o hospital, os pais de Pedro fizeram um exame de DNA que foi pago pelo hospital.

Aloísio Gomes, pai de Pedro, falou que no momento da troca não quis entregar a criança. 

— Eu segurei ele no colo e falei que ninguém ia pegar ele. Após a troca, as mães conversam pelo telefone e marcaram encontro pra ver como estão os bebês.

Em nota, o hospital informou que está prestando assistência às famílias e disponibilizou acompanhamento psicológico. Uma sindicância foi aberta para apurar o caso. O delegado titular da Delegacia de Nilópolis informou que, apesar de um policial ter se negado a registrar a ocorrência em um primeiro momento, houve crime na troca dos bebês. A conduta dos policiais será avaliada.

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