O vice-presidente da República, José Alencar, disse nesta terça-feira (26) que os últimos exames que realizou mostraram que houve "redução substancial" nos tumores que trata. Alencar luta contra o câncer desde 1997 e já passou por 15 cirurgias. Na semana passada, o vice realizou exames no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
A instituição havia informado apenas que os exames haviam tido "avaliação positiva" e que o vice seguirá "a mesma linha de tratamento". "As coisas estão indo bem. Agora, por exemplo, o último exame que nós fizemos, houve uma constatação (...) Eles (médicos) chegaram a um ponto de não acreditar no que estavam vendo porque houve uma redução substancial de todos os tumores", contou.
Em entrevista ao programa "Estúdio I", da Globo News, o vice-presidente voltou a dizer que não tem medo da morte e afirmou que tem conversado com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, sobre políticas públicas para o diagnóstico e tratamento da doença.
"Eu não tenho medo, nunca tive medo da morte. Você vai morrer um dia, só Deus é que sabe quando. O que eu tenho pedido a Deus é que não me dê um dia a mais de vida de que eu não possa me orgulhar dele." "Não tenho medo da palavra câncer. Muitas pessoas nunca pronunciaram a palavra câncer. Meu trabalho tem sido no sentido de que o câncer seja discutido. (...) O diagnóstico precoce é o principal instrumento de combate ao câncer. Vamos perder o medo de falar de câncer. Vamos discutir o câncer e vamos vencer o câncer, se Deus quiser", acrescentou.
O vice-presidente afirmou que um homem público "não tem o direito" de esconder uma doença e que a transparência com que fala sobre o assunto o tem ajudado a ser realista. "Ninguém tem nada a ver com o câncer do José Alencar, mas tem a ver com o câncer do vice-presidente da República. O homem público não se pertence. Não tem direito de guardar pra si um caso que afeta a vida dele. É a razão pela qual tenho sido transparente em relação ao meu caso. Essa transparência tem me ajudado, me faz encarar com realismo."
Histórico
Alencar luta contra um câncer no abdôme há 12 anos. Em 24 de julho ele se submeteu à 15ª cirurgia, desta vez por causa de uma obstrução no intestino grosso. A operação mais agressiva aconteceu em janeiro, quando os médicos levaram 18 horas para retirar tumores na região abdominal. Nos Estados Unidos, o vice-presidente passou por um tratamento experimental testado, com sucesso, em 30 pacientes.
Diferentemente da quimioterapia, o remédio ataca apenas as células que provocam o tumor, evitando que elas continuem a agir. Ele retomou a quimioterapia no início de setembro, após exames detectarem o aumento do tumor em seu abdôme e os médicos considerarem insuficiente o tratamento alternativo que ele fazia nos Estados Unidos.