Lançar luz às discussões sobre direitos humanos dentro do aspecto midiático, sobretudo nos tempos de hoje, é fundamental para a manutenção de um sistema comunicacional que preze pelo respeito à dignidade humana. Com o apoio da EDUFPI, Editora da Universidade Federal do Piauí (UFPI), recentemente professoras e discentes da UFPI lançaram o e-book "Comunicação e Direitos Humanos no Piauí: desafios e perspectivas em tempos de crise". O livro, disponibilizado para dowload de forma gratuita, é resultado do 1º Simpósio Piauiense de Comunicação e Direitos Humanos promovido por esse grupo de pesquisadores em novembro do ano passado.
O e-book foi organizado pelas professoras doutoras Juliana Teixeira e Jacqueline Dourado e pelos alunos Ana Karolina Carvalho, Luan Matheus Santana, Luziário Silva e Maura Vitória Freitas. De forma sistemática, ele reúne as palestras que abriram o Simpósio e os principais artigos dos grupos de discussões, todos dentro da área de direitos humanos com aplicação na comunicação. Para a Profa. Juliana, lotada no Departamento de Comunicação Social (DCS), tanto durante o evento quanto no livro, a intenção foi relacionar essas duas esferas discursivas.
"Principalmente nos dias de hoje, em que os direitos humanos têm sido cada vez mais atacados, esse livro se faz fundamental. Talvez, justamente por causa desses ataques, os direitos humanos se tornem ainda mais importantes porque eu acho que quanto mais resistência temas como esse recebem, mais a gente tem que insistir neles para mostrar à sociedade que eles devem existir, ser estudados e considerados no nosso dia a dia. E essa é uma das missões da universidade pública, gratuita e de qualidade", enfatiza a professora.
Nessa mesma linha, a jornalista e uma das organizadoras, Maura Vitória Freitas, destaca o aspecto acolhedor e essencial da pesquisa nas universidades públicas. "Esse é um dos maiores engrandecimentos que tenho na minha vida pessoal, profissional e agora como pesquisadora. Tive e tenho todo o acolhimento dos colegas da UFPI e, em especial, dos que engrossam a luta pelos direitos humanos. Venho de outros eixos, por isso posso afirmar com propriedade que uma universidade pública e gratuita cumpre o seu papel junto aos direitos humanos quando abre seus espaços para a integração de todas as pessoas, compartilha a disseminação de conhecimentos, informações, pensamentos e estudos. O e-book é só um dos frutos das várias sementes já espalhadas por aí", pontua Maura.
E-book amplia a discussão sobre o tema no Estado
De acordo o jornalista e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM/UFPI), Luan Matheus Santana, também organizador do livro, no Piauí existe uma carência no que diz respeito à discussão da comunicação e direitos humanos. Ele ressalta que não existe um Observatório sobre a temática, que ajudaria a construir um espaço crítico de reflexão mais profunda. "Em alguns estados já há Observatórios consolidados, que conseguem fazer essas reflexões, inclusive, denunciar determinadas violações e, de fato, ter um controle social que é importante diante desses casos cometidos pela própria mídia. Eu penso que o livro marca um processo muito importante nesse sentido, porque ele é a materialização de uma discussão que iniciou na Universidade, que foi para fora, rompeu os muros e conseguiu agregar diversas pessoas que pensam e refletem sobre esse assunto. Isso serviu para formularmos esse documento que pode ser uma base para pensar nas diversas formas de violações dos direitos humanos e como enfrentá-las no dia a dia. Mas, também, de refletir como elas são prejudiciais e interferem na vida das pessoas", declara o jornalista.
Luan ainda externa que a proposta do livro é fazer com que a mídia seja um instrumento dos direitos humanos e não de ataque. Ele elenca alguns pontos reflexivos a partir do e-book. "Primeiro, nos faz pensar que as violações dos direitos humanos existem, são muito nítidas e, muitas vezes cruéis. E eu falo isso em relação à mídia; depois, que esse tipo de violação afeta diretamente a vida das pessoas, social e culturalmente. Afeta a própria rotina e relações sociais e, por fim, é muito importante que a gente discuta sobre isso, porque debater sobre os direitos humanos dentro da comunicação é refletir a nossa própria forma de organização social e como garantir que a mídia seja de fato um espaço democrático e que fortaleça a luta pela dignidade humana e não o contrário. Que a mídia não seja mais um instrumento de violação", finaliza.
Para ter acesso ao livro, acesse: https://ufpi.br/e-book-edufpi