A extensão universitária oferece aos acadêmicos a possibilidade de socializar os conhecimentos e reduzir as barreiras existentes entre a universidade e a comunidade. Em tese, ela é o relacionamento entre a teoria e a prática, ou seja, faz com que o conhecimento ultrapasse as salas de aula, permitindo o aprendizado também pela aplicação.
Por meio de cursos de Extensão, as universidades vão até as comunidades, ou as recebem em seus campi, disseminando os conhecimentos que possuem. Essa é uma maneira de o ambiente acadêmico socializar e democratizar o conhecimento, levando-o aos não universitários. Visando isso, vários universitários se propõem a executar ações em benefício das comunidades que não dispõem de tais conhecimentos.
Nas Instituições de Ensino Superior públicas do Piauí, os cursos de Extensão têm ganho cada vez mais visibilidade.
A Universidade Federal do Piauí (UFPI) e a Universidade Estadual do Piauí (UESPI) reúnem hoje centenas de ações extensionistas. Todas elas provocam um impacto positivo não somente na população atendida pelas ações, mas promovem também o fortalecimento da formação dos nossos estudantes, permitindo um diálogo com a pesquisa e o ensino e oportunizam o estudante a aplicação prática do aprendido no espaço acadêmico.
Na UFPI, por exemplo, o projeto ?Serviço de Odontologia Restauradora para Atendimento à Comunidade Carente? contempla duas vertentes de valores do ensino superior brasileiro: aliou-se o aspecto social ao viés acadêmico.
De acordo com o coordenador do projeto, Guilherme Pompeu, através da conjugação desse binômio tem-se como resultado a interação do futuro profissional da odontologia com o meio social no qual irá atuar. ?Isso significa que a universidade rompe fronteira e ultrapassa seus muros físicos para se instalar, ainda que no plano da abstração, no ambiente de real convivência dos atores sociais que a financiam?, coloca ao ressaltar que a idealização deste projeto também coincide com a materialização de uma das metas de saúde pública que é contemplar os segmentos sociais menos prestigiados com o efetivo acesso às ações básicas de saúde bucal.
Os estudantes do curso de Odontologia da UFPI, que estão engajados no projeto, ganham tanto no aspecto pessoal quanto profissional. ?O futuro dentista, que ainda no ambiente acadêmico tem a oportunidade de fazer atendimentos a pacieantes e praticar os ensinamentos que recebeu em sala de aula e nos laboratórios da universidade, não pode se igualar com aquele que só concluiu a graduação e não vivenciou o cotidiano de uma clínica odontológica?, pontua.
Urias Vasconcelos, estudante do 9º período de Odontologia, é um dos participantes do projeto. Para ele, esse é o momento de conhecer melhor a realidade e os fatores socioeconômicos que interferem no meio social em que vive e trabalha. ?Além do estágio, o projeto é excelente porque oferece uma grande experiência clínica e nós melhoramos nossa relação com a população carente. Outro ponto importante é que, com ele, ganha a universidade, professores, estudantes, famílias contempladas e a comunidade em geral?, destaca.
Na execução do projeto foram alcançadas metas positivas, conforme é constatado por meio dos relatórios demonstrativos que foram gerados e nos quais se buscou reunir os dados quantiqualitativos relativamente ao número e à qualidade do atendimento que foram realizados em benefício a pessoas de comunidades carentes. ?Se não fosse o ?braço? social da universidade na sua missão nobre de promover extensão, seria improvável afirmar que esse contingente populacional tem a seu favor ações básicas de saúde bucal, notadamente no campo da prevenção?, acrescenta o coordenador do projeto.
Curso deve ser levado a todas as cidades do Sertão do Piauí
A partir do momento em que o projeto de extensão de formação de comunicadores comunitários e populares do Sertão do Piauí passou a existir e, assim, foram implantados os cursos e que temos esses cursos e a garantia de debates, as conquistas já começaram a surgir. Em 2015 o projeto pretende ampliar para todos os 151 municípios do Sertão do Piauí.
Unindo o conhecimento teórico à pratica social, o projeto contribui para o crescimento dos alunos, tanto no ambiente acadêmico, quanto no pessoal. No mínimo, quando os alunos estão em contato direto com as comunidades, aprendem na prática e socializam a teoria para com os doutores do conhecimento prático, que é quem está no dia a dia comunicacional, cidadão e social dessas comunidades.
?Dessa forma, o projeto representa para a comunidade novas respostas, novos caminhos e, principalmente, novas discussões, cumprindo o papel social da universidade que é o de provocar e trazer novas respostas, principalmente para a melhoria coletiva?, acrescenta o professor Orlando Berti.
Fazem parte do projeto os professores doutorandos Orlando Berti e Evandro Alberto, o primeiro do curso de Picos, o segundo do curso de Teresina, além de dez alunos do curso de Jornalismo da UESPI de Picos e jornalistas e relações-públicas voluntárias e voluntários.
Segundo o coordenador do curso de Teresina, todos esses debates dos cursos pelos municípios servirão para balizarem dois novos cursos superiores que pretendemos propor na UESPI: o de Tecnólogo em Radiojornalismo, para justamente tentar formar todas e todos os comunicadores de rádio do Piauí em nível superior, trazendo perspectivas teóricas, éticas e práticas, bem como o curso de Licenciatura em Educomunicação, que, segundo debate no Congresso Nacional, formará os profissionais que trabalharão na disciplina de Crítica da Mídia no Ensino Médio brasileiro.