Pesquisadores da Universidade Federal do Piauí publicaram estudo da atividade antitumoral de um extrato vegetal derivado de Piperaceae, planta bastante comum na mata atlântica. A pesquisa mostra que o desenvolvimento de nanoparticulas poliméricas para encapsulmaneto de um extrato vegetal de Piperaceae foi potenciado, demonstrando a aplicação da nanotecnologia para melhoramento da atividade de extratos e farmacos com baixa solubilidade em meio aquoso.
O estudo foi publicado dia 21 Novembro, na revista: International Journal of Nanomedicine com o título "Encapsulation of Piper cabralanum (Piperaceae) nonpolar extract in poly(methyl methacrylate) by miniemulsion and evaluation of increase in the effectiveness of antileukemic activity in K562 cells", como resultado de pesquisa desenvolvida pela linha de pesquisa atividade de nanoparticulas em modelos tumorais do prof. Dr. Anderson Nogueira Mendes do Departamento de Biofísica e Fisiologia e do programa de Pós Graduação em Química e Programa de Pós Graduação Profissional em Saúde da Mulher.
A prosposta do trabalho teve como objetivo incorporar o um extrato vegetal que tivesse potencial ação e ao mesmo tempo melhorar o critério de solubilidade, uma vez que esses extratos possuem a baixa solubilidade em água o que dificultaria uma possível proposta de sua aplicação.
“Os estudos in vitro, com células leucêmicas demostraram que o nanoencapsulamento melhorou a solubilidade e aumentou a efetividade do extrato. Os ensaios propostos são apenas um inicio para o desenvolvimento, investigação e aprofundamento do modelo de nanoencapsulamento, pois a proposta apresentada no artigo envolve a utilização da nanotecnologia para encapsulamento de fármacos ou extratos com potencial atividade antitumoral”, explica o Prof. Dr. Anderson Nogueira Mendes.
Segundo o professor, o trabalho é de pesquisa básica e, ele analisa que para avançar nos resultados é necessário avaliar em modelos animais para depois ter liberação para estudos com seres humanos. “A ideia seria iniciar estudos com modelos animais murinos (camundongos) e verificar a ação do composto em animais com leucemia, mas infelizmente os cortes orçamentários do governo federal tem comprometido muito a pesquisa no Brasil. Eu tive até um projeto do CNPq universal aprovado, mas que não houve financiamento, pois o governo federal cortou o orçamento pela metade. Entretanto mesmo assim, ainda estamos verificando outras formas que podemos realizar para dar prosseguimento a esse trabalho”, disse.
De acordo com o Anderson Nogueira, a revista, onde o estudo foi publicado possui alto impacto (IF 4.93) na comunidade científica sendo classificada como A1 no qualiscapes para Química e Ciências Biológicas II. “A publicação deste artigo denota o aumento das publicações e qualificações dos produtos que são gerados na Universidade Federal do Piauí. Fazer ciência de ponta demanda qualificação técnica, indivíduos com vontade e competência e financiamento. A UFPI é um celeiro de indivíduos com vontade e competência. Temos um corpo docente qualificado. Mas infelizmente vemos cada vez cortes no orçamento destinado a pesquisa e educação. Isso pode repercutir na queda de trabalhos de boa qualidade e na interrupção de linhas de pesquisa como a de desenvolvimento de nanofarmacos x câncer”, finaliza