Os números são altos. A cada hora no Brasil, uma mulher recebe o diagnóstico de que está com câncer de mama. A doença ainda é uma das mais comuns e também uma das que mais matam. Por isso, como alerta o doutor em radiologia piauiense, Gérson Prado, diz que consultas e os exames de rotina, como a mamografia, são essenciais para que a doença seja descoberta de forma precoce. Quando isso acontece, as chances de cura chegam a 95%. Porém, alguns estudos mostram uma realidade ainda triste. De acordo com o Instituto do Câncer de São Paulo, metade dos casos só é descoberta com a doença em estágios avançados. ?Por isso os médicos estão cada vez mais atentos e o número de exames de imagem solicitados para esse tipo de diagnóstico aumenta. Um dos mais importantes ainda é a mamografia, que deve fazer parte da rotina da mulher, principalmente naquelas de mais de 40 anos?, orienta o doutor Gérson Prado.
Ele alerta ainda que o autoexame ajuda e muito em detectar alterações nas mamas de forma precoce e a mulher deve também ter essa rotina. Mas ele corrobora, dizendo que é mesmo o exame de imagem que faz a confirmação da suspeita na maioria dos casos. Ele afirma ainda que se pelo menos 70% das mulheres com mais de 40 anos fizessem anualmente o exame da mamografia, ou pelo menos de dois em dois anos, os índices de morte por essa doença poderiam ser reduzidos em até 30%.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é a maior causa de óbitos por câncer na população feminina, principalmente na faixa etária entre 40 e 69 anos. O INCA estima que este ano cerca de 50 mil mulheres vão ter câncer de mama no país, sendo que o Rio de
Janeiro é o estado brasileiro com o maior número de casos da doença, seguido pelo Rio Grande do Sul e São Paulo.
O Piauí está na luta contra a doença não somente dentro dos consultórios médicos. No começo do mês, uma ação em nível nacional também foi realizada em Teresina, chamando a atenção para o problema. O Outubro Rosa foi iniciado no dia 1º de outubro, quando houve uma ação na Praça da Bandeira, onde 800 mulheres tiveram acesso à mamografia. ?Esse tipo de inciativa é importantíssima para não pararmos de falar no tema, para alertarmos cada vez as mulheres e para que elas também tenham acesso ao exame. Ainda sabemos que há uma carência no acesso à
mamografia por parte da população?, lamente o doutor em Radiologia.
Quem tem fator de risco deve ficar atenta desde muito jovem. Fazem parte desse grupo: mulheres
brancas; as que têm casos de câncer na família; quem nunca engravidou ou só teve filhos depois dos 30 anos; mulheres com menopausa tardia; as que fazem reposição hormonal também devem passar por exames regularmente ; obesidade, cigarro e consumo de mais de duas doses diárias de álcool também aumentam os riscos. (S.R.)