Uma semana após os deslizamentos no morro da Carioca e na Ilha Grande, em Angra dos Reis, que deixou 52 mortos, o Corpo de Bombeiros ainda procura por duas pessoas desaparecidas. Uma delas é Roseli Pedroso, moradora da enseada do Bananal, na Ilha Grande. A outra é Alessandra Carvalho, de 11 anos, que estava no morro da Carioca quando ocorreu a enxurrada.
Os bombeiros estão com dificuldades em encontrar os corpos. No caso da menina, o comandante do Corpo de Bombeiros de Angra, coronel Jerri Andrade Pires, admite a possibilidade de o cadáver estar em um rio que passa por debaixo das casas na comunidade e ter sido arrastado até o mar. Sobre Roseli, as equipes envolvidas nas buscas acreditam que o corpo possa estar debaixo de uma pedra e vão tentar explodi-la.
Dois moradores que se feriram nos deslizamentos na enseada do Bananal permanecem internados no pronto-socorro municipal de Angra mas não correm risco de morte.
Em meio as buscas p elos desaparecidos, a Prefeitura de Angra iniciou a demolição de casas localizadas em áreas de risco. Inicialmente, a expectativa é de que até 500 casas sejam destruídas em 15 morros localizados no Centro da cidade. Mas a secretária estadual do Meio-Ambiente, Marilene Ramos, falou em 3.000.
Os moradores que perderam suas residências estão sendo levados para abrigos municipais ou indo para a casa de parentes. Estão sendo cadastrados também pela prefeitura para terem direito ao aluguel social de R$ 510. Muitos moradores, no entanto, se queixam de que não estão conseguindo arrumar imóveis para alugar na cidade.
A Defesa Civil estima que cerca de 1.500 pessoas tiveram que deixar suas casas por causa da chuva. Há uma expectativa muito grande no município por novas chuvas e novos deslizamentos.
As marcas da tragédia continuam vivas na cidade. Na enseada do Bananal, toneladas de entulho cobrem a praia e mudaram a paisagem do local. No morro da Carioca, além da grande quantidade de terra, há também os escombros das casas demolidas.
A rodovia Rio-Santos, que foi fechada no sábado (2) por conta do aumento da cratera que se abriu na entrada de Angra, continua funcionando em meia-pista nos dois sentidos no km 477.
O prefeito Tuca Jordão disse correr contra o tempo para conseguir verbas que serão usadas na recuperação da cidade. Nesta quinta-feira (7), o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, anunciou a liberação de R$ 80 milhões em caráter emergencial para obras de contenção das encostas, reconstrução e recolocação de casas.
Para agilizar o recebimento do dinheiro, Jordão está concluindo o relatório de avaliação de danos (Avadan) para ser entregue à Secretaria Nacional de Defesa Civil.