Vacina é a maneira mais eficiente de evitar a transmissão de meningite

Pais devem redobrar a atenção com a imunização dos adolescentes, pois eles estão entre os principais transmissores da doença e podem contaminar crianças menores e professores

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As férias escolares estão chegando ao fim e, com a volta às aulas, os pais devem redobrar a atenção para evitar o contágio por doenças graves que podem ser transmitidas na escola. A meningite, infecção  grave que inflama as meninges e pode ser adquirida por pessoas de qualquer idade, é uma delas.

 Segundo especialistas, os adolescentes estão entre os principais transmissores da meningite e, por isso, o Ministério da Saúde recomenda que eles sejam vacinados1. Dessa forma, além dos próprios jovens ficarem protegidos, o benefício é estendido às pessoas com quem eles convivem dentro e fora da escola, como colegas, professores e crianças menores. Esse efeito é conhecido como “proteção de rebanho”.

A forma mais efetiva de proteção contra a meningite bacteriana é a vacinação3. Embora a idade de maior risco corresponda à faixa etária abaixo de 1 ano, também há pico de incidência durante a adolescência com significativo risco de mortalidade4. A bactéria Neisseria meningitidis causa meningite dos tipos A, B, C, Y e W, entre outros menos comuns. No Brasil, o tipo C continua sendo identificado com maior frequência (75% dos casos) e apresenta evolução rápida e grave5.

 No SUS é possível vacinar gratuitamente crianças aos 3 e 5 meses de idade, com reforço aos 12 meses, contra o tipo C, podendo ser aplicada até os 4 anos e reforçada na adolescência, dos 11 aos 14 anos5. Na rede privada é possível encontrar a vacina contra o tipo B, indicada a partir dos dois meses, assim como contra os tipos A, C, W e Y.

 Especificamente na escola, considerando o ambiente fechado das salas de aula, o potencial de infecção é maior, e o mesmo ocorre por meio das vias respiratórias através de gotículas e secreções do nariz e da garganta.

 Apesar da gravidade da meningite bacteriana, a cura pode ocorrer, mas é necessária assistência médica urgente. Um ponto importante é que, mesmo curada, a pessoa afetada pode sofrer sequelas para toda a vida, como surdez, crises de epilepsia, danos cerebrais, amputação de membros, dificuldade de aprendizagem e problemas comportamentais6.

 Fora da escola, o comportamento e o estilo de vida de muitos adolescentes também aumentam o risco de transmissão da meningite bacteriana e tem relação tanto com o fato de morarem em repúblicas ou dormitórios, quanto com o hábito de frequentarem festas em ambientes fechados onde fluidos das vias aéreas podem atingir outras pessoas (tosse, espirro, beijo)7-8.  

 Em 2018, o Brasil registrou 15.364 casos de meningite, dos quais 1.272 vieram a óbito, segundo o Ministério da Saúde.

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