Vacina pode ser arma contra o câncer de Mama

Ele ainda é um dos cânceres que mais matam no mundo.

AUTOEXAME | Ainda é um artifício importante na prevenção | Reprodução Jornal MN
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O mês de janeiro é tradicionalmente um período do ano em que aumenta a procura por exames e consultas, o famoso check-up.

Durante as férias, a maioria das pessoas faz questão de ver se a saúde está em ordem e, entre as mulheres, uma das maiores preocupações continua sendo um dos cânceres que mais matam no mundo: o de mama.

Em Teresina, segundo afirma o doutor em Radiologia e professor da Ufpi Gérson Prado, a procura por esse tipo de exame foi intensa durante o final do ano e continua agora em janeiro.

“A prevenção continua sendo a melhor forma de se combater esse tipo de problema e não podemos deixar de falar sobre isso, de promover e participar de campanhas e de conscientizar a mulher”, fala o médico.

Porém, há boas novas quando o assunto é câncer de mama. É que recentemente o Centro Médico Militar de San Antonio (Texas) desenvolveu uma vacina que reduz as taxas de recorrência desse tipo de tumor, o que pode ser uma esperança futura para que cada vez menos mulheres sejam acometidas pelo problema.

De acordo com o radiologista Gérson Prado, a notícia chega em bom momento, pois ele crê que uma vacina pode ser uma arma poderosa no combate e controle da doença.

Ele explica que a vacina é chamada de E-75 e que a mesma passará em breve à fase final de testes para que possa obter a aprovação da Direção de Alimentos e Remédios daquele país.

“Um estudo desse tipo não beneficia somente o país em que está sendo feito e sim todo o mundo, que pode começar a obter o medicamento”, comenta Gérson.

A vacina aponta para uma proteína que aparece, comumente, expressada em excesso nas células de câncer de mama chamada “receptor 2 do fator de crescimento epidérmico”.

As vacinas contra o câncer apontam a uma proteína ou antígeno expressado nas células do câncer, e “a ideia é ‘treinar’ o sistema imunológico para que reconheça essa proteína, ou porção de proteína, que aparece em excesso nas células do câncer, mas não nas células normais.

Dessa forma o sistema imunológico pode diferenciar o normal do anormal e o sistema de imunidade pode reconhecê-lo, basicamente, o marca para matá- lo, é o que afirmam os pesquisadores.

Como confirma Gérson Prado, a grande maioria das vacinas, no passado, foi testada com pacientes cujo câncer estava nos períodos finais, mas uma vacina tem a intenção de estimular o sistema de imunidade, que é algo que não se encontra habitualmente nas pessoas com câncer terminal.

Portanto, segundo o médico, essas vacinas testadas em pacientes em etapas finais tinham um efeito ruim. A equipe em San Antonio decidiu que testaria a vacina entre pacientes com um sistema de imunidade robusto, ou seja, sobreviventes do câncer que estão livres do mal, mas com risco de uma recorrência.

Os pesquisadores prepararam a proteína, que se expressa em variados níveis de excesso nas mulheres com câncer de mama, e focaram nos 60% dessas mulheres nas quais ela aparecia em níveis baixos ou intermediários.

A vacina consiste em uma mistura do peptídeo E- 75 da proteína HER-2, e um estimulante do sistema imunológico. Os testes começaram em 2001 com 220 pacientes e os pesquisadores fizeram um acompanhamento das mulheres durante cinco anos.

A metade das mulheres recebeu a vacina, que é uma injeção mensal por seis meses, e a outra metade foi o grupo de controle. O resultado foi muito promissor. A taxa de recorrência do câncer foi de 20% entre o grupo de controle e de 10% entre as mulheres que receberam a vacina.

Este sucesso levou à nova etapa de testes que começará este ano e envolverá de 700 a 1.000 pacientes. Mas, ao contrário dos períodos anteriores, esta fase será por conta da companhia comercial Galena Biopharma que buscará a aprovação do governo para o uso público da vacina.

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